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“Pouco prováveis.” Católica arrasa previsões de Centeno e Leão

José Sena Goulão / Lusa

Segundo o núcleo de estudos económicos da Universidade Católica de Lisboa (NECEP), as previsões para o crescimento da economia, desenhadas por Mário Centeno e João Leão, são “pouco prováveis”.

“É pouco provável uma queda do produto interno bruto (PIB) limitada aos 6,9% inscritos pelo Governo no Orçamento Suplementar 2020, ou a 8,1% como avançou recentemente o Banco de Portugal, o que parece difícil de conciliar com os dados desde meados de setembro que sugerem a degradação da conjuntura nacional e europeia”, defendem os peritos da Universidade Católica de Lisboa.

O NECEP está pessimista quanto ao cenário macroeconómico do OE suplementar feito em junho pelo Ministério das Finanças, já sob a tutela de João Leão. “A variação homóloga [do PIB] poderá ter sido de -12,5% no 3º trimestre”, destacam, citados pelo Diário de Notícias. Desta forma, os peritos mantêm “o cenário central de contração de 10% do PIB no conjunto do ano de 2020″.

Além disso, destacam que “não é de colocar de parte um cenário de contração próxima dos 12%, em linha com o esperado para Espanha”, sendo que também “não é de descartar uma queda de 9% num cenário otimista”, que ainda assim, é “mais severo face às expetativas do Governo e do Banco de Portugal”.

O núcleo explica que as perspetivas de recuperação parcial dependem de indicadores relacionados com exportações.

“Em particular, a atividade do turismo parece estar a menos de metade do que é normal para esta época do ano, quer em número de dormidas, quer na receita gerada na forma de exportações. As fortes restrições impostas às deslocações de pessoas, nomeadamente de importantes mercadores emissores como é o caso do britânico, sustentam a possibilidade de as exportações voltarem a cair mais de 30% em termos homólogos no 3º trimestre”, lê-se na folha de conjuntura relativa ao terceiro trimestre.

No entanto, sublinha o DN, há um ponto positivo: a indústria. Ainda assim, parece não conseguir compensar o descalabro no resto da economia.

A produção industrial conheceu “uma saudável recuperação em julho e agosto, aparentemente motivada pelo mercado interno”, salientam os peritos da Católica.

“Relativamente a 2021, o NECEP aponta para que a economia portuguesa permaneça cerca de 8% abaixo do nível de 2019, o último ano “normal” antes do confinamento. A confirmar-se uma queda de 10% em 2020, tal corresponderia a um crescimento entre 2,5% e 3% no próximo ano face a 2020, também um pouco aquém do esperado pelas entidades oficiais”, rematam.

ZAP //

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