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“Costa esqueceu-se”. Catarina Martins quer repor tudo o que foi cortado pela troika

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Rodrigo Antunes / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou esta segunda-feira que o primeiro-ministro se tenha esquecido que “há tempo e dinheiro que foi tirado aos trabalhadores no Governo PSD/ CDS” e ainda não foi reposto, insistindo numa mexida na lei laboral.

Na véspera da entrada em vigor da nova legislação laboral, Catarina Martins quis focar nas questões do trabalho parte do discurso que fez esta noite no jantar-comício que juntou mais de 500 pessoas em São João de Ver, Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro.

“Não esquecemos que o tanto que a ‘troika’ tirou a quem vive do seu trabalho ainda não foi reposto. António Costa [primeiro-ministro e líder do PS] esqueceu-se que há tempo e dinheiro que foi tirado aos trabalhadores no Governo PSD e CDS e que ainda não foi reposto”, criticou. O Bloco de Esquerda, segunda a sua líder, quer “respeitar quem trabalha e equilibrar os pratos da balança”.

“Quando no país cresce a economia mais do que crescem os salários, não nos enganemos: precisamos mesmo de mexer na lei do trabalho e quem aqui está sabe que só um Bloco com mais força garante as alterações que repõem o salário e repõem o descanso quem trabalha neste país”, assegurou.

A memória dos bloquistas, de acordo com Catarina Martins, permite saber “que não eram apenas quatro feriados, foram também três dias de férias, foi também a compensação por despedimento e foram as horas extraordinárias que foram cortadas para metade e com isso se baixou os salários em Portugal”.

“Nós queremos acabar com todos os cortes da ‘troika’ sim. As horas extraordinárias têm de ser pagas em dobro, as pessoas têm direito aos 25 dias de férias e as compensações por despedimento tem de ser 30 dias por cada ano de trabalho”, prometeu.

A legislação laboral aprovada nesta legislatura foi um dos pontos de maior tensão entre o PS e os seus parceiros de esquerda, incluindo o BE, tendo dado entrada no Tribunal Constitucional, já durante esta campanha, o pedido de fiscalização sucessiva das alterações ao Código de Trabalho, assinado pelos três partidos.

Apelo aos indecisos

Também esta terça-feira, Catarina Martins, fez um apelo ao voto dos indecisos porque nada está determinado nestas eleições, defendendo que “a força do Bloco de Esquerda pode mudar tudo sobre o que será a próxima legislatura”.

Num jantar comício em São João de Ver, concelho de Santa Maria da Feira – que qualificou, logo no arranque do discurso, como o “maior jantar de sempre do Bloco no distrito de Aveiro” – Catarina Martins dirigiu-se aos indecisos, a “tanta gente que ainda não decidiu o seu voto” nas eleições de domingo, para as quais lembrou que “faltam cinco dias”.

“A força do Bloco de Esquerda pode mudar tudo sobre o que será a próxima legislatura”, apelou, afirmando, mais do que uma vez, que “nada está decidido”.

A lista das mudanças que podem acontecer com um reforço do BE no parlamento veio logo a seguir: “para dar mais força a quem trabalha, a quem trabalhou toda uma vida, para salvar o Serviço Nacional da Saúde, por uma escola pública que responda a toda a gente, pelo acesso aos transportes, pelas condições concretas de vida desta gente”.

“Andámos muito, mas este é ainda um país injusto e desigual”, justificou.

O combate à maioria absoluta do Partido Socialista não ficou de fora do discurso, uma intervenção com a qual quis deixar claro com esta legislatura só começou “a viragem, mas é preciso fazer tudo o que falta”.

“Aqui vamos eleger o Moisés [Ferreira], vamos eleger o Nelson [Peralta], vamos reforçar o BEE para fazer todo o caminho que está pela frente”, disse, estabelecendo assim a meta de aumentar de um para dois o número de deputados eleitos em Aveiro.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. Que bom!
    Ando tão cansado estou confiante que a Catarina ainda nos vai por a trabalhar entrar só ao meio dia e não trabalhar de tarde
    vai ser mesmo bom

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