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Catarina Martins atira-se a Rio. Líder do PSD está a fazer “um favor” a Costa no fim dos debates

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Mário Cruz / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda fez este sábado um duro ataque ao líder do PSD, que acusou de fazer um favor ao primeiro-ministro.

Catarina Martins considerou “extraordinário” que o líder do maior partido da oposição ache que um primeiro-ministro “não deve responder ao parlamento”, a propósito de um aparente entendimento entre PS e PSD para mudar o regimento da Assembleia da República e que põe fim aos debates quinzenais, espaçando-os mais no tempo.

“António Costa nunca gostou de debates quinzenais. Sabemo-lo e tinha-o dito no passado. E agora aparece Rui Rio a fazer o favor a António Costa e acabar com os debates quinzenais”, criticou a líder do Bloco de Esquerda (BE), numa conferência de imprensa enquanto decorre a mesa nacional, o principal órgão do partido entre congressos.

Para Catarina Martins, o “confronto e a prestação de contas não diminui a democracia, pelo contrário, aumenta a democracia”, contrariando um a um os argumentos usados por Rio para propor esta reforma. E o primeiro-ministro “não trabalha pior quando é confrontado pela oposição, pelo contrário, é pelo confronto de ideias, nessa pluralidade, que os melhores caminhos são encontrados”, argumentou ainda.

Para distinguir as posições do BE e do PSD, que se abstiveram no Orçamento Suplementar, ajudando a viabilizá-lo, Catarina Martins traçou ainda outra diferença.

Os bloquistas estão em desacordo com PS e PSD quanto à eleição indireta dos membros das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), no final de 2020, a um ano das autárquicas. É um “modelo errado” que “autarcas em fim de mandato” fiquem nas CCDR “a decidir os investimentos estruturais para recuperação do país”, disse.

Evita “agradecimento” a Pedro Nuno Santos

Já sobre a promessa do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que, em entrevista à RTP3, afirmou que não apoiará um candidato da direita às presidenciais, mas sim um socialista ou mesmo o candidato do PCP ou do BE, Catarina Martins deu uma resposta em tom de brincadeira.

Não estou a pensar candidatar-me. Presumo que Pedro Nuno Santos não estava a pensar apoiar a minha candidatura. Esse debate não está a ser feito dessa forma no BE”.

Para a líder bloquista, “a esquerda deve ter uma candidatura que seja uma proposta sobre o caminho que quer fazer de resposta à crise”, afirmou.

Em declarações à RTP, o governante disse que se o PS não apresentar um candidato às eleições presidenciais de 2021 votará num candidato do PCP ou do BE.

Nunca apoiarei um candidato da direita. Ou apoio um candidato da área do PS, ou, não havendo um candidato da área do PS, votarei num dos candidatos da esquerda, nomeadamente no candidato ou candidata do BE, ou no candidato ou candidata do PCP”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista à RTP3, acrescentando que a interpretação que faz, enquanto socialista, é a de que o partido “deve ir a jogo em todas as eleições”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Comem todos da mesma gamela.
    A Assembleia da República é uma grande família.
    Combinam todos bem uns com os outros as estratégias para fazer passar as medidas que bem entendem combinando previamente os votos contra e a favor tomando o povo por parvo. Marcelo compactua com tudo o que se passa. É uma vergonha!

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