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Caso da caloira em coma alcoólico após praxe motiva queixa-crime

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Bobo Boom / Flickr

Os pais da jovem estudante de 19 anos que foi internada, no seguimento de uma praxe académica em Faro, apresentaram uma queixa-crime. A caloira da Universidade do Algarve chegou ao hospital em coma alcoólico.

A aluna do 1.º ano de Biologia já teve alta, mas continua “muito abalada”, conforme revela o pai, Ricardo Galego, em declarações ao Jornal de Notícias.

“A minha filha sabe que entrou na água e estava molhada, mas não se lembra. Não estava habituada a beber”, frisa ainda o pai da estudante no mesmo jornal.

O caso faz lembrar a tragédia no Meco, que causou a morte a seis estudantes da Universidade Lusófona, também no âmbito de uma alegada praxe.

A jovem da Universidade do Algarve terá sido forçada a beber álcool, juntamente com outros colegas caloiros, num ritual que pode ter envolvido meia centena de jovens, segundo os relatos de algumas testemunhas.

“Foi claramente uma praxe, os mais velhos obrigavam os outros a entrarem, meio despidos, dentro da ria Formosa e diziam: “Vá, abre a boca e bebe, bebe… agora mergulha!”, conta um elemento que diz ter assistido a tudo em declarações ao Diário de Notícias.

A avó de uma das alunas “praxadas”, Isabel Lopes, relata no mesmo jornal que viu “os novatos a serem enterrados na areia, deitados na horizontal, enquanto outros lhes despejavam garrafas de álcool para a boca”.

No local do incidente foram identificados seis estudantes dos primeiro e terceiro anos do curso de Biologia, conforme refere o comandante da Polícia Marítimo ao Jornal de Notícias.

“Nenhum revelou estar ali obrigado ou coagido e não foram encontrados, para já, indícios de crime”, disse ainda o comandante.

Em causa pode estar um crime de ofensa à integridade simples que é passível de punição com pena até três anos de prisão.

Entretanto, o reitor da Universidade do Algarve já anunciou a abertura de um processo de averiguações ao caso, antevendo que podem vir a ocorrer sanções disciplinares para os eventuais culpados.

O Ministério da Educação já solicitou também informações sobre o caso, conforme avança a SIC Notícias.

O pai da caloira nota que só espera que o caso da filha “sirva de exemplo, para não voltarem a acontecer situações idênticas”, e pede que sejam “abolidas as bebidas alcoólicas nas praxes”.

SV, ZAP

13 Comments

  1. os pais não têm nada a ver pois muitos nem sabem o que os filhos fazem, apenas têm culpa os alunos/as que aceitam as praxes, tenho um filho com curso que nunca foi a nada disso das praxes só isso que acho

    • Na verdade, os pais tem a culpa desta situação toda, visto terem sido eles a chamar a comunicação social e terem deixado a filha ir para o hospital sozinha enquanto falavam com os jornalistas

  2. Aquilo são animais não pessoas. Quando em grupo os cobardes e mal formados criam a coragem que não têm sozinhos. Podia ter corrido muito mal. Expulsão será uma pena adequada, houve vidas em risco.

    • “As praxes não são obrigatórias. Os alunos vão pelo seu próprio pé!!”… É verdade… Mas se não quiseres ir… Ficas barrado de qualquer actividade académica… Na melhor das hipóteses! Isto se não te acontecer mais alguma coisa…
      A praxe tem um único objectivo, e esse não é a integração do aluno, nem ajudar ao desenvolvimento intelectual do mesmo… É humilhação pura e simples! O mais incrivel é que a velha máxima “Não faças aos outros aquilo que não queres te te façam a ti” é parcialmente invertida. Faz aos outros aquilo que não…

  3. A diferença de caráter entre praxistas e praxados é mais ou menos a mesma coisa, gente reles, quanto á tomada de posição dos partidos e na aplicação de uma lei justa e severa idem, quanto á tomada dos concelhos diretivos das universidades a mesma coisa e pela minha parte só gostaria ainda de ver algum familiar de alguma vitima a tomar uma decisão que limpasse o sarampo a meia dúzia de praxistas e então aí certamente os futuros chico espertos pensariam duas vezes antes de atuarem. Entretanto deixam uma triste imagem do ensino “superior” e por outro lado a de uma espécie terceiro-mundistas.

  4. Sim, tem 19 anos portanto maior de idade!
    Mas os pais levam de mão dada as crianças à universidade, sociedade indulgente, cheia de direitos e sem deveres!
    Continuem as criar/formar inúteis e libelinhas!

  5. enquanto todos vocês insultam as pessoas a dizer que não são humanos, ponham a mão na consciência e pensem que se o que estão a ler é assim ou não, falar é fácil mas ninguém estava lá para comentar por isso, tenham a decência de não insultar os académicos que praxaram pois passaram a semana toda a cuidar de nós (e sim eu estive lá e confirmo a aldrabice que esta noticia apresenta) nunca, mas nunca nos deixaram que mal nos acontece-se, se tínhamos frio, fome, sede, eles davam para que não nos faltasse nada. este incidente deu-se devido a jovem não saber comunicar com os seu académicos, pois ela podia muito bem ter-se recusado a beber como certos jovens que também lá estavam, ninguém foi obrigado…

  6. Parece-me absurdo que as Universidades em Portugal continuem a apadrinhar estes bandos de canalhas.
    É no mínimo lamentável continuarem a existir este tipo de situações e é ainda absolutamente degradante que as comissões das praxes continuem a ser lideradas por uma escória académica que se apresenta como exemplo para os caloiros.
    Parece-me 100% legítimo que os pais processem não só as comissões das praxes como também as próprias Universidades que lhes dão cobertura.

  7. À luz das chamadas praxes, cometem-se actos de puro bulling, coação, terror psicológico, manipulação…

    Enquanto não existirem responsáveis, regras, leis…

    …aquilo que deveriam ser os rituais de inclusão à vida universitária, serão pura e simplesmente episódios humilhantes e degradantes daquilo que é a imaturidade e a inconsciência de muitos.

    Os Humanos são capazes de coisas belíssimas, mas também do oposto…

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