Caso Cova da Moura. Polícias de Alfragide já começaram a pagar indemnizações aos jovens

António Cotrim / Lusa

Luís Anunciação, que chefiava a esquadra de Alfragide, ainda não começou a pagar a indemnização de 50 mil euros, mas o seu advogado já assegurou que o agente vai cumprir a decisão do tribunal.

O caso data de 2015, mas só agora vão começar a ser pagas indemnizações. Pelo menos quatro agentes da esquadra de Alfragide que foram condenados por vários crimes contra jovens da Cova da Moura já começaram a pagar, avança o Público.

O agente João Nunes já pagou 5700 euros a Celso Lopes, enquanto Joel Machado e Hugo Gaspar pagaram as indemnizações a Rui Moniz (2180,16 e 250 euros), e o agente André Castro e Silva pagou 2500 euros a Bruno Lopes.

No entanto, Luís Anunciação, que chefiava a esquadra na altura dos crimes, ainda não começou o pagamento apesar de ter sido condenado ao valor mais elevado, 50 mil euros, que serão divididos entre cinco dos seis jovens. O seu advogado já garantiu que o agente vai cumprir a decisão do tribunal.

Dos oito agentes envolvidos no caso, apenas Joel Machado está a cumprir pena de prisão efectiva de um ano e seis meses, por ter antecedentes pelo crime de ofensa à integridade física. Os restantes foram condenados a penas suspensas e continuam em funções.

O caso em questão remonta a 5 de Fevereiro de 2015, quando uma equipa da PSP estava a patrulhar o bairro da Cova da Moura e deteve Bruno Lopes, acusando de ter atirado pedras à carrinha da polícia. Amigos do jovem foram depois até à esquadra de Alfragide para visitarem Bruno Lopes e acabaram detidos.

Oito agentes da força policial acabaram por ser condenados pelo Tribunal da Relação por crimes de sequestro agravado, ofensas à integridade física qualificada, injúria, denúncia caluniosa e falso testemunho. Ficou também provado que os jovens foram alvo de insultos racistas, mas acusação do crime de ódio racial caiu por terra.