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Casal passou 20 anos a replantar uma floresta com 4 milhões de árvores

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Sebastião Salgado regressou ao Brasil em 1994 após passar anos no exterior. Como fotógrafo, acabara de voltar de uma experiência angustiante, tendo documentado o genocídio de Ruanda.

Ao voltar, esperava encontrar conforto no paraíso das florestas tropicais que deixara para trás. No entanto, quando voltou a Minas Gerais, descobriu que a floresta que pertencia aos seus pais tinha secado completamente e morrido devido ao desmatamento e à exploração descontrolada dos seus recursos naturais, especialmente o minério de ferro.

Sebastião e a sua esposa adquiriram a terra e passaram os 20 anos seguintes a replantar toda a floresta. “A terra estava tão doente como eu – tudo foi destruído”, disse ao jornal The Guardian. “Apenas cerca de 0,5% da terra estava coberta de árvores. A minha esposa teve uma ideia fabulosa de replantar esta floresta. Quando começamos a fazê-lo, todos os insetos, pássaros e peixes voltaram e, graças ao aumento das árvores, eu também renasci – este foi o momento mais importante”.

O casal criou o Instituto Terra com o nobre objetivo de restaurar a propriedade de 6879 hectares ao seu estado natural. Criaram a organização e recrutaram parceiros e voluntários. Juntos, planearam plantar quatro milhões de árvores.

Cuidando das plantas, conseguiram restaurar a floresta, que floresceu nos 20 anos seguintes. Mas não foi fácil. A terra estava seca e as chuvas não voltaram até 1999. Primeiro, tiveram de restaurar o nitrogénio no solo, plantando leguminosas, antes que pudessem plantar as árvores. Mesmo assim, após o primeiro plantio, a maioria das plantas morreu no solo.

“Fizemos os buracos muito apertados”, disse Salgado ao Smithsonian. “Durante semanas estive doente – doente por ver este desastre.”

As plantações melhoraram e, no ano seguinte, perderam apenas 20% das plantas. Hoje, é apenas cerca de 10%. A floresta, agora restaurada e lar de todos os tipos de animais selvagens locais, incluindo cobras e pássaros, é uma reserva natural e sem fins lucrativos. O casal, agora, treina jovens ecologistas, que plantam e nutrem milhões de árvores no viveiro.

2 Comments

  1. Normalmente as pessoas estão tão preocupadas com a sua vida, tal como animais, que esquecem que a espécie humana é a única capaz de atos destes, salvadores da Natureza e do planeta.

  2. È a prova de que afinal é possível fazer melhor e que ainda há esperança. Comprova o dito popular de que a “esperança é a última a morrer”.

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