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Casa Branca prevê falha na meta de vacinação de 70% da população até 4 de Julho

gageskidmore / Flickr

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

A previsão foi avançada esta terça-feira por Jeff Zients, coordenador da resposta norte-americana à pandemia do novo coronavírus. O atraso, ainda que residual, representa um percalço no plano inicialmente proposto pela Administração Biden e justifica-se, em parte, pela resistência dos ovens em aderir à vacinação.

Segundo a CNBC, os Estados Unidos da América podem não cumprir com o objetivo traçado por Joe Biden no início de Maio: vacinar com pelo menos uma dose 70% da sua população até 4 de Julho (uma data simbólica por se tratar de um feriado nacional, que celebra o Dia da Independência dos EUA), apontado pela atual Administração como dia de regresso à normalidade.

Em declarações aos jornalistas, Jeff Zients adiantou que serão necessárias “algumas semanas extra” para atingir a meta delineada, em parte, devido ao atraso no processo de vacinação no grupo etário entre os 18 e os 26 anos.

“A realidade é que muitos jovens americanos sentiram que a covid-19 não era algo com impacto na sua vida, pelo que têm sentido menos urgência em vacinar-se”, explica o coordenador da resposta norte-americana à pandemia.

O responsável destacou ainda a crescente expansão da variante Delta no país, lembrando que nos restantes territórios os jovens foram dos principais afetados. “É mais importante do que nunca que se vacinem”.

O apelo surge numa altura em que os pedidos de agendamento para vacinação têm registado uma descida expressiva, gerando preocupação na comunidade científica.

Os receios relacionados com a variante Delta surgem numa altura em que muitos americanos começam a preparar as férias de Verão, sendo o feriado de 4 de Junho considerado o arranque “não oficial” da época.

Sobre esta efeméride, Jeff Zients afirmou que este será um Verão de “alegria e de liberdade”. “Este é um motivo de celebração e é isso mesmo que os americanos poderão fazer: celebrar a independência do vírus.”

De forma a evitar possíveis surtos de larga escala, Joe Biden aconselhou os norte-americanos a organizarem pequenas celebrações. Nos jardins da Casa Branca, o presidente irá receber mais de mil militares e trabalhadores essenciais.

Biden visita Carolina do Norte para apelar à vacinação

A 4 de Maio, Joe Biden anunciou que as duas principais metas no combate à pandemia (no que à vacinação diz respeito) seriam a vacinação completa de 160 milhões de americanos e 70% da população com pelo menos uma inoculação.

Segundo os números mais recentes adiantados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), 65% da população adulta norte-americana está vacinada com uma dose da vacina, enquanto que 56% está já imunizada na totalidade.

No que concerne aos indivíduos com 30 ou mais anos, 70% têm pelo menos uma dose, sendo que, nas perspetivas da Casa Branca, o mesmo deve acontecer já a 4 de Julho na faixa etária dos 27 anos.

Segundo o The News & Observer, esta quinta-feira Joe Biden deverá deslocar-se até à Carolina do Norte, numa viagem que tem como principal objetivo incentivar à vacinação naquele estado — onde os números são substancialmente mais baixos do que no restante território norte-americano.

Neste estado e segundo dados revelados pelo respetivo departamento de saúde e serviços humanos, apenas 55% dos adultos foram imunizados com uma dose de vacinas. Caso o ritmo de vacinação se mantenha, a Carolina do Norte não deverá atingir as metas estabelecidas por Joe Biden antes de Novembro.

Esta é, de resto, uma tendência registada nos estados localizados no sul do país, a qual os especialistas justificam com a influência de ideologias políticas.

Nas Eleições Presidenciais de 2020, os melhores resultados do Partido Republicano foram registados precisamente em estados do sul (como é o caso da Carolina do Norte, Flórida ou Texas) onde muitos políticos locais são frequentemente a fonte de teorias da conspiração relacionadas com efeitos secundários das vacinas.

RM, ZAP //

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