Cartas recebidas na embaixada ucraniana em Lisboa continham olhos de animais e vieram da Alemanha

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Koen Van Weel / EPA

As duas cartas recebidas na segunda-feira na embaixada da Ucrânia em Lisboa continham olhos e vestígios de animais mortos.

“As cartas tinham vestígios hemáticos e um olho cada uma”, mas que não contêm vestígios de pólvora ou produtos incendiários, nem de produtos químicos, disse ao Expresso uma fonte judicial, após a notícia ter sido avançada pela CNN.

Após a análise dos envelopes suspeitos, a Unidade Nacional de Contra-Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) determinou que estes são oriundos da Alemanha e já tem pistas sobre a sua autoria. “Em breve, a identidade do seu autor será conhecida”, referiu uma outra fonte.

Na segunda-feira, a embaixada da Ucrânia em Lisboa chamou a PSP que enviou meios da Unidade Especial de Polícia para detetar se havia engenhos explosivos nos dois envelopes. Depois da avaliação, concluiu-se que não continham explosivos ou produtos incendiários. O caso passou depois para a PJ.

As características suspeitas da correspondência, que o atual protocolo de segurança da embaixada determina que não podem ser aceites, tinham a ver com “o formato e o remetente”, adiantou uma fonte da Embaixada à agência Lusa.

“O pessoal viu imediatamente que [a correspondência] era suspeita, alertou a polícia e o carteiro acabou por ficar retido” na embaixada, onde ainda se encontram ainda agentes policiais “em grande número”, disse a mesma fonte.

Na sexta-feira, o gabinete do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Viseu Pinheiro, anunciou à Lusa que as autoridades reforçaram a proteção da embaixada da Ucrânia em Lisboa e admitem reavaliar o nível de ameaça em Portugal.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, denunciou esta quarta-feira a continuação de uma campanha de “terror sem precedentes” contra embaixadas ucranianas, com 31 pacotes suspeitos enviados a representações ucranianas em 15 países, incluindo Portugal.

A polícia espanhola suspeita que as seis cartas-bomba dos últimos dias tenham sido enviadas da cidade de Valladolid, no norte do país. Os investigadores admitem que seja um único responsável pelo envio dos envelopes para alvos como o primeiro-ministro Pedro Sánchez, as embaixadas dos EUA e da Ucrânia em Madrid.

ZAP //

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