Uma delas é a Volvo, que preferiu deixar de investir na Polestar para se focar no resto. O mercado está a abrandar.
Falar sobre crise no mercado dos carros eléctricos talvez seja um exagero. Mas não é um exagero olhar para os números e verificar que a procura não é o que era.
Isso verifica-se no maior mercado para a Tesla, os EUA. Há meses que a própria Tesla e a General Motors admitiram uma desaceleração na procura por eléctricos no país.
Os primeiros dados de 2024 confirmam essa tendência. A Tesla informou na semana passada que o crescimento de vendas previsto para este ano será bem inferior do que o dos anos anteriores. A Ford já decidiu investir menos na F-150 Lightning, a sua pick-up eléctrica.
As empresas do sector já começam a reagir: ou adiam os planos para o sector eléctrico, ou interrompem mesmo. Não querem surpresas negativas nas vendas.
Obviamente esta mudança de trajectória também chega aos concessionários, aos stands, que começam a ficar “inundados” de carros eléctricos que não são vendidos.
Por exemplo, a Hertz, empresa de aluguer de carros, tirou recentemente um terço da sua frota de carros eléctricos – e foi buscar novamente carros movidos a gasolina para o seu lugar.
Os cortes também chegam à Europa. Na Suécia a Volvo anunciou que vai cortar o financiamento à Polestar, a sua empresa de carros eléctricos. E vai focar-se nas necessidades da própria Volvo.
O jornal El Confidencial sublinha que este anúncio agradou aos investidores: as acções subiram logo mais de 20% na quinta-feira passada, dia do anúncio.
Ou seja, as pessoas ligadas aos mercados financeiros também têm dúvidas sobre o futuro dos carros eléctricos.
Em França, a Renault indicou na semana passada que vai cancelar um investimento na sua subsidiária de eléctricos, a Ampere.
A Mercedes já teve de entrar em saldos: baixou consideravelmente o preço dos seus carros eléctricos para convencer mais clientes. Porque, tal como noutras marcas, quem tinha mais dinheiro para comprar um carro eléctrico… já comprou.
Parece a fábula da raposa e das uvas…
Como não conseguem competir com os chineses, já não presta.
Nem elétricos, nem de combustão interna. A solução será sempre: Menos (muito menos) carros.
E depois vem se queixar que a China está a dominar e que não dá para acompanhar…
Não me surpreende. Quem estiver tecnicamente bem informado vaticinaria isto.
A maioria vivia / vive num deslumbre.
Cncordo…
Os carros eléctricos poderiam ser o futuro, numa primeira fase em formato de híbrido plugin e quando as baterias o permitirem, só eléctricos.
Problema: Em muitos países, Portugal inclusive, carregar na rua é quase tão caro como o combustível, deixa de compensar o investimento mais elevado num electrodoméstico que tem uma autonomia limitada, serve apenas para cidades e é uma dor de cabeça para uma viagem como Lisboa a Madrid …. Nem imaginar Lisboa a Barcelona!!!
Compensa para quem tem garagem, mas a instalação de um sistema de carga é perto de mil euros e se for comunitário é só problemas porque tem sempre um palha….vizinho que não aceita que se monte o sistema (sabe Deus porque!)
Só melhoraria com leis para condomínios e valores de energia mais ajustados à realidade …. Pelo menos em cargas nocturnas!
Concordo com tudo que o Paulo disse, acrescento que os preços teriam que ser muito abaixo do praticado (carros a partir de 12.000€), e a estrutura de carregamentos na via publica é residual, inoperacional e cara. Tenho carro elétrico desde 2018 (115.000Km) e estou 98% satisfeito (autonomia), carrego em casa.