Depois da campanha de shrinkflation, a gigante francesa de supermercados combate a greedflation. Clientes aplaudem a medida.
As prateleiras dos supermercados Carrefour, que saiu de Portugal em 2007, vão deixar de contar com a Pepsi, Lay’s e 7 Up, informou a empresa esta quinta-feira.
A motivação da cadeia de supermercados francesa é simples: os produtos da PepsiCo — da qual fazem parte, além das colas, as batatas fritas e o refrigerante de limão — tornaram-se demasiado caros.
O aumento dos preços — descrito como “modesto” pela rival da Coca-Cola e já planeado desde outubro — é consequência das táticas negociais das retalhistas junto dos seus fornecedores, que se tem tornado cada vez mais evidente em alguns países europeus.
A procura pelos produtos da PepsiCo manteve-se, apesar dos aumentos, levando a empresa a elevar a sua previsão de lucro para 2023 pela terceira vez consecutiva.
A partir desta quinta-feira, as prateleiras dedicadas a produtos da PepsiCo na Carrefour em França, Itália, Espanha e Bélgica exibem cartazes a dizer que a loja deixará de ter as marcas em stock “devido a aumentos inaceitáveis de preços”, disse um porta-voz do gigante supermercado francês, citado pela Reuters.
A ação do Carrefour afeta mais de nove mil lojas nos quatro países — dois terços da presença do retalhista de 14.348 lojas, de acordo com o seu relatório anual de 2022.
Depois da shrinkflation, greedflation
A tendência de aproveitar a inflação para engordar as margens de lucro tornou-se tão popular que até já ganhou uma alcunha: greedflation (de greed, que significa ganância em inglês).
Retalhistas de produtos alimentares em vários países, incluindo Alemanha e Bélgica, também travaram encomendas de empresas de bens de consumo, uma tática nas negociações de preços que se tornaram mais tensas devido à inflação.
“Estamos em discussão com o Carrefour há muitos meses e continuaremos a empenhar-nos de boa fé para tentar garantir que os nossos produtos estejam disponíveis”, garantiu a PepsiCo em declaração.
Os clientes do supermercado aplaudiram amplamente a medida.
“Não me surpreende nada”, disse uma cliente à Reuters. “Acho que há muitos produtos nas prateleiras que se tornaram demasiado caros, e são todos coisas que podemos evitar comprar.”
No ano passado, a Carrefour já tinha iniciado uma campanha de shrinkflation ao colocar avisos em produtos que diminuíram de tamanho, mas que aumentaram de preço.
Aqui não sei se funciona…
Pois ao que vejo á produtos que em lojas como pingo doce, continente e Intermarché tem exatamente o mesmo preço e depois em comércios pequenos são às vezes quase 50% mais baratos.
Acredito que com as multinacionais eles não consigam negociar grandes margens mas com o pequenos produtores nacionais as nossas grandes superfícies tem margens muitas vezes de 100% ou mais …