Carneiro candidato no PS: “Ninguém o apoiou” e “caiu mesmo muito mal”

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António Pedro Santos / LUSA

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro

Ministro anunciou candidatura à liderança na noite passada – mas não o deveria ter feito, segundo membros do próprio PS.

O dirigente socialista José Luís Carneiro é candidato à liderança do PS para garantir segurança, estabilidade e investimento ao país, e prometeu que levará diálogo ao seu partido e à atividade política.

José Luís Carneiro, atual ministro da Administração Interna, falava aos jornalistas quando saiu da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que ainda não terminou, durante a qual anunciou a candidatura à sucessão de António Costa na liderança dos socialistas, cujas eleições diretas deverão ser marcadas para os dias 16 e 17 de dezembro.

Perante os jornalistas, o ex-secretário-geral adjunto do PS não comentou a possibilidade de enfrentar o ex-ministro Pedro Nuno Santos nas eleições diretas do partido e optou por posicionar-se como candidato a primeiro-ministro dos socialistas nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Habilito-me a ser candidato a primeiro-ministro para garantir segurança, estabilidade e o investimento na melhoria e no aprofundamento das políticas que criam mais e melhores oportunidades e que afirmam Portugal como um país que consegue crescer economicamente, mas mantém sempre um grande esforço de justiça social”, declarou.

Interrogado se está preparado para enfrentar Pedro Nuno Santos nas eleições internas do PS, contrapôs: “Levarei fundamentalmente o diálogo, o diálogo aos militantes do PS, mas procurando com eles aperfeiçoar e aprofundar um projeto de serviço ao país”.

“Porque fundamentalmente estes valores que enunciei, da liberdade, da igualdade e da fraternidade são valores para servir o nosso país, para afirmar o seu prestígio no mundo e para afirmarmos esta coesão e este modelo de desenvolvimento com a estabilidade”, disse.

Depois, manifestou-se confiante que o PS, nas próximas eleições legislativas, sustentando que nos últimos oito anos houve uma melhoria das condições de vida das pessoas com as políticas públicas que foram colocadas ao serviço dos portugueses”.

“Nas próximas horas farei uma declaração ao país no local e no momento que considerado oportuno”, acrescentou.

Interrogado sobre as razões que o levaram a candidatar-se à liderança do PS, o ex-secretário-geral adjunto dos socialistas respondeu: “Fiz questão de ouvir a comunicação do Presidente da República após o diálogo que ocorreu no Conselho de Estado”.

Quis ouvir os meus camaradas na Comissão Política Nacional, compreender os seus ponto de vista sobre o momento que vive o partido e transmitir-lhes a minha disponibilidade para, com os mesmos valores de sempre, da liberdade, da igualdade, da justiça social, colocar a minha experiência de vida ao serviço destes valores e colocar estes valores ao serviço do nosso país”, justificou.

“Caiu mesmo muito mal”

Estas foram as palavras cá fora. Mas, lá dentro, o ambiente não foi o melhor para o candidato à liderança dos socialistas.

O jornal Observador relata que a reacção não foi nada favorável para o ministro.

Elementos do PS acham que Carneiro não deveria ter apresentado a sua candidatura na noite de despedida de António Costa.

Aliás, quando a reunião começou, esperava-se que ninguém anunciasse que é candidato à sucessão do ainda líder do PS.

Um socialista que esteve na Comissão comentou: “Destoou do ambiente emocional da sala, não era noite para isso”, enquanto outro foi mais longe ao dizer que o seu anúncio de candidatura “caiu mesmo muito mal”.

Além disso, José Luís Carneiro terá sentido uma reacção fria: “Ninguém subiu para o apoiar”.

ZAP // Lusa

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