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Cante alentejano abriu último 25 de Abril do presidente Cavaco

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João Relvas / Lusa

O Presidente da República, Cavaco Silva, ao lado da presidente da Assembleia da República Assunção Esteves, na sessão solene comemorativa do 41 aniversário do 25 de Abril.

O Presidente da República, Cavaco Silva, ao lado da presidente da Assembleia da República Assunção Esteves, na sessão solene comemorativa do 41 aniversário do 25 de Abril.

O cante alentejano marcou hoje o inicio da cerimónia solene de comemoração do 25 de Abril na Assembleia da República, com o tema «Grândola, vila morena» a ser entoado das galerias por um grupo coral de Serpa.

O Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa cantou o tema emblemático da revolução dos cravos após a entoação do Hino Nacional na sala de sessões decorada com cravos vermelhos.

A flor que simboliza o 25 de Abril foi usada na lapela por vários membros do Governo, a começar pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, na bancada reservada ao executivo, se sentou em frente ao líder do maior partido da oposição, o secretário-geral do PS António Costa, também de cravo vermelho ao peito.

Cavaco pede compromissos para garantir estabilidade e governabilidade

O Presidente da República insistiu hoje, no seu último discurso na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República, na necessidade de compromissos interpartidários imprescindíveis para garantir a estabilidade política e a governabilidade do país, recusando o conflito, a crispação, a conflitualidade política e a agressividade verbal.

“Ao fim de quatro décadas de democracia, os agentes políticos devem compreender, de uma vez por todas, que a necessidade de compromissos interpartidários é intrínseca ao nosso sistema político e que os portugueses não se reveem em formas de intervenção que fomentam o conflito e a crispação e que colocam os interesses partidários de ocasião acima do superior interesse nacional”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.

Retomando os apelos ao consenso e diálogo, Cavaco Silva sublinhou que só desse modo será possível alcançar “compromissos imprescindíveis para garantir a estabilidade política e a governabilidade do país” e para enfrentar com êxito os desafios que o futuro coloca.

“Os portugueses estão cansados da conflitualidade política em torno de questões acessórias e artificiais, quando devia existir união de esforços na abertura de perspetivas de futuro para as novas gerações, no combate ao desemprego e à pobreza, na melhoria da equidade na distribuição do rendimento, no apoio aos idosos”, declarou, criticando o nível de crispação e agressividade verbal que, muitas vezes, extravasa da controvérsia de opiniões para os ataques e os insultos de caráter pessoal.

Estado Social e Justiça

Falando perante representantes de todas as forças políticas com assento parlamentar, e os líderes dos principais partidos, o Presidente da República apontou o Estado Social como “uma área em que o debate e o consenso sobre o futuro se impõem”.

Contudo, advertiu, “não se trata de diminuir a proteção social dos cidadãos que dela necessitam, mas sim de garantir a sustentabilidade do sistema num horizonte temporal alargado e de aumentar a eficiência, a equidade e a qualidade dos serviços prestados”.

Outro dos domínios onde será possível encontrar consensos interpartidários capazes de conferir estabilidade às reformas já introduzidas ou que venham a ser apresentadas é a Justiça, preconizou.

Ligando o tema da Justiça à corrupção, Cavaco Silva lembrou que “numa República de cidadãos iguais, ninguém está acima da lei” e pediu “uma atitude firme” no combate a “um dos maiores inimigos das sociedades democráticas”, que coloca em causa a coesão do tecido social e tem efeitos “extremamente graves no relacionamento entre os cidadãos e o Estado.

Steven Governo / Lusa

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Históricos do PS não comentaram discurso do presidente Cavaco Silva

Soares e Alegre não ouviram discurso

O antigo chefe de Estado Mário Soares e o ex-candidato presidencial Manuel Alegre recusaram-se hoje a comentar o discurso do Presidente da República, Cavaco Silva, no parlamento, alegando ambos que não o ouviram.

Mário Soares e Manuel Alegre falaram aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, onde está a decorrer uma homenagem promovida pela direção do atual líder socialista, António Costa, aos antigos 141 deputados do PS eleitos para a Assembleia Constituinte.

O fundador do PS, Mário Soares, chegou à sessão acompanhado pelo antigo secretário de Estado da Agricultura e seu “braço direito” em várias direções socialistas, António Campos.

Os jornalistas confrontaram Soares com o apelo ao consenso feito por Cavaco Silva na sessão solene comemorativa dos 41 anos do 25 de Abril na Assembleia da República, e o antigo chefe de Estado respondeu: “Palavra? Olhe, não sabia“.

Depois, foi o ex-candidato presidencial Manuel Alegre a também a alegar perante os jornalistas não ter ouvido o discurso proferido por Cavaco Silva na Assembleia da República.

“Estou a festejar o 25 de Abril e isso é uma coisa que me ensombra o 25 de Abril. Portanto, não faço comentários”, justificou.

Questionado sobre os apelos ao consenso político feitos pelo Presidente da República, Manuel Alegre referiu apenas que o secretário-geral do PS “já respondeu muito bem” em relação a esse ponto.

Não me apeteceu ouvir o discurso do Presidente da República. É um direito que tenho”, disse.

/ Lusa

1 Comment

  1. Após 41 anos, em que era suposto o pais ter evoluído para patamares de desenvolvimento aceitáveis, temos um retrocesso de + de 50 anos graças a uma classe politica que despreza o povo e o usa para beneficio próprio.
    pois eu sinto-me enojado com tal gente e daqui em diante, ao contrario do que sempre defendi, nem mais um voto, e se todos fizerem o mesmo quero ver qual vai ser o resultado

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