Candidato Liberal a Lisboa arrasado por sugerir que “havia mais liberdade no Estado Novo”

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O candidato da Iniciativa Liberal (IL) à Câmara de Lisboa, Bruno Horta Soares, está a ser duramente criticado por causa de uma publicação nas redes sociais, onde refere que hoje se vive “com menos liberdade” do que “há 70 anos”, altura em que vigorava o Estado Novo.

“Há 70 anos, dois jovens deixavam a Beira Alta rumo a Lisboa à procura de uma vida melhor. Hoje vivemos com menos liberdade porque cada vez menos ouvimos histórias felizes onde as pessoas são as personagens principais”, escreveu Bruno Horta Soares na publicação polémica que foi divulgada no Twitter.

O post surge intitulado de “Terra das Oportunidades” e o candidato da IL termina a notar que “#EstáNaHora da esperança voltar”.

https://twitter.com/brunohsoares/status/1434552126374649856

A publicação depressa gerou uma onda de críticas e há quem acuse Bruno Horta Soares de estar a fazer “a romantização da pobreza do Estado Novo”, conforme repara o utilizador do Twitter Gaspar Macedo, notando que esse argumento “não pode ser a alternativa contra a estagnação actual de quem nos governa”.

“O que temos não presta, mas o que tivemos muito menos”, sublinha Gaspar Macedo.

Para o enfermeiro especialista em saúde infantil e pediátrica Mário André Macedo, colunista do Público, “o mais chocante, é não ter sido o ex-apresentador de televisão”, Nuno Graciano, o candidato do Chega à autarquia lisboeta, a dizê-lo.

“O Liberal acha que havia mais liberdade no Estado Novo, quando havia polícia política a prender, torturar e matar opositores, ditadura, analfabetismo e miseráveis condições de trabalho e habitação”, escreve, por seu turno, o utilizador André Rodrigues.

Já Guilherme Teixeira, outro utilizador da rede social, considera que ou Bruno Horta Soares “fez propositadamente uma apologia ao tempo do Estado Novo, o que é estranho para alguém que se diz Liberal, ou nem reparou que estava a fazer essa apologia, o que é ainda mais grave tratando-se de um candidato à maior Câmara do país”.

Há ainda quem partilhe fotos antigas a mostrar como eram as condições das famílias no tempo do Estado Novo, para contestar o ponto de vista de Bruno Horta Soares.

Por outro lado, Isabel Risques, que é mais uma utilizadora do Twitter, considera que “a IL devia retirar a candidatura à Câmara de Lisboa a este cidadão boçal e saudosista do Estado Novo”, “a menos que se identifique com isto”.

Note-se que Bruno Horta Soares foi uma escolha de recurso depois da desistência do empresário Miguel Quintas que deixou a corrida à Câmara de capital, como candidato do IL, por “motivos pessoais”, três dias depois de ter sido apresentado.

ZAP //

6 Comments

  1. “Mintam, mintam sempre pois da mentira muita coisa há-de ficar” aconselhava o camarada Lenine, um dos carniceiros da revolução soviética de 2017.
    Sendo certo que havia pobreza durante o Estado novo, uma das herança do reviralhjo republicano juntamente com elevadas taxas de mortalidade e analfabetismo, a realidade, é que tudo isso diminuiu bastante durante um regime de gente honesta e competente e aumentou muito após a data da perfídia.

    • As fotos apresentadas de miseráveis construções, podem ser das décadas de 50, de 80 ou a de 1910…., o certo é que durante o ENovo foram uma excepção além de combatidas e antes, bem como depois com a vinda dos refugiados do Ultramar, tornaram-se algo usual nos subúrbios de Lisboa e Porto.
      Revelam, acima de tudo, uma má fé, desonestidade e ignorância de quem as colocou…, uma das características deste regime!

  2. Revolução soviética de 2017, não está mal não senhora. Não será antes 1917? Eu vivi em Lisboa nos anos de 1964 a 1973 e em Chelas pululavam bairros da lata. Eu era apenas uma criança que no final dos anos 60 e início dos anos 70 todos os dias por aí passava na carrinha do Jardim de Infância e se perguntava “porquê?”. Já agora não se esqueça do espectro da guerra colonial que pairava sobre os jovens do sexo masculino e da falta de direitos das mulheres.

    • Já ouviu falar dos “bidon villle” que pululavam nas cercanias das cidades de França, Holanda e Bélgica, habitadas por imigrantes portugueses, italianos, marroquinos, etc.? Sugiro-lhe que se instrua para perceber que esse problema não era só em Lisboa, em Portugal!

  3. Sem querer defender a alarvidade do Bruno Horta Soares, gostava de lembrar que há vários tipos de liberdade: liberdade de expressão, liberdade religiosa, liberdade económica, liberdade física (no sentido de se poder ir aos locais onde se deseja), liberdade sexual (no sentido de poder viver de acordo com a sua orientação e identidade sexual), liberdade de pensamento (que está ligada à educação e à lavagem cerebral constante feita pelos meios de comunicação).
    Em quase todos os aspectos de liberdade, a liberdade aumentou depois do 25 de Abril.
    Vendo Portugal de fora, fazendo de conta que não nasci e vivi lá até aos 31 anos de idade, o regime político não faz diferença nenhuma, digo que a cultura e a maneira de ser das pessoas é que definem o país.
    O 25 de Abril só fez mudar as moscas, fechou-se uma porta e abriu-se uma janela, baralhou-se e voltou-se a dar, e mais não sei quantas metáforas para dizer que depois de um alívio momentâneo voltou a ficar tudo na mesma, instalou-se uma nova elite no poder que oprime e explora o povo.
    O problema do Estado Novo é que a estrutura de poder assentava no estado, e por isso toda a miséria e sofrimento era visto como sendo causado pelo estado, e por isso a solução foi um golpe de estado.
    O problema da Democracia actual é que a estrutura de poder está escondida nas sombras dos partidos onde os grupos económicos puxam os cordelinhos, e a liberdade de expressão tornou-se numa fonte de ruído e propaganda disfarçada que manipula as mentes fracas do povo.
    A solução para o problema da Democracia é a educação do povo, para que vote com consciência e não por interesse.
    As pessoas honestas não se deixam governar por políticos corruptos.
    Em Portugal a generalidade das pessoas não é honesta, é triste, mas é assim.
    Mas há liberdade de circulação de pessoas e bens na União Europeia, quem está mal, muda-se, e foi o que eu fiz, não me arrependo e recomendo a quem for honesto e não quiser ser explorado.

  4. Este Sr. com os seus 41 Anos, que experiência de Liberdade durante o Estado Novo pode ter ???…….Durante o Governo Salazarista, a “Liberdade” era consentida só aos que faziam parte do Regime e que para Ele trabalhavam.

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