Cancro: passar de “porquê eu?” para “porque não também eu?” – o exemplo de António Sala

Reprodução / Facebook

António Sala e Maria de Luz Pedroso

Histórias Fora do Nosso Controlo é um livro e uma ferramenta pedagógica. Nenhuma das quatro histórias tem final feliz.

António Sala e Maria da Luz Pedroso escreveram um livro intitulado Histórias Fora do Nosso Controlo.

Com prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa, a obra reúne quatro histórias e um capítulo dedicado à sua exploração de forma pedagógica.

É um livro e, ao mesmo tempo, uma ferramenta pedagógica e solidária destinada a professores, educadores e todos os cidadãos que trabalham ou convivem com crianças que enfrentam desafios de saúde.

São histórias envolventes e tocantes – mas nenhuma tem final feliz.

Não é um livro “cor-de-rosa”. É uma obra que procura uma compreensão mais profunda das experiências das crianças que passam por problemas sérios de saúde. E tenta oferecer orientação prática para apoiar o seu bem-estar emocional e físico.

Todos os direitos de autor revertem a favor da Pedrinhas – Cooperativa de Solidariedade Social, uma organização sem fins lucrativos que apoia crianças com doenças oncológicas ou com outras doenças graves.

António Sala contou na RTP que este livro nasceu de um caso real: uma aluna com cancro, quando voltou à escola meses depois, estava careca; os colegas de turma começaram a gozar; a professora (Maria da Luz Pedroso, autora) queria reagir, contornar a situação – mas não encontrou material pedagógico para estes casos.

Por isso, o locutor inventou quatro histórias, nenhuma com final feliz “porque a vida é mesmo assim”.

O próprio António Sala já teve cancro. E deixou uma sugestão às pessoas que passem por uma situação grave: “Nunca me esqueço do que o meu oncologista disse: nunca pergunte a si próprio ‘porquê eu?’, que é uma pergunta normal; faça outra pergunta: ‘porque não também eu?’. Porque acontece a muita gente”.

O autor espera que este livro ajude a desmistificar algumas “sombras” à volta do cancro e “alertar para coisas boas que podem ser feitas”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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