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Câmara de Lisboa fez contratos de 12 milhões de euros com empresa que tem falso engenheiro

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Miguel A. Lopes / Lusa

Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa.

A Câmara de Lisboa assinou vários contratos públicos, alguns por ajuste directo, com uma empresa que está a ser investigada pelo Ministério Público por ter, alegadamente, um falso engenheiro. Em causa estão mais de 12 milhões de euros.

Estes dados são divulgados numa investigação da jornalista Ana Leal que foi divulgada no “Jornal das 8” de terça-feira, na TVI.

De acordo com os dados apurados, a Câmara de Lisboa entregou à empresa Tanagra contratos públicos de mais de 12 milhões de euros, apesar de esta estar a ser investigada pelo Ministério Público (MP) por, alegadamente, ter um falso engenheiro.

Mais de 40 contratos foram feitos por ajuste directo, envolvendo verbas superiores a um milhão de euros, durante a liderança de Fernando Medina que já foi confrontado com a situação em vários reuniões da Assembleia Municipal.

Fernando Medina sabe de tudo, não pode negá-lo, já foi confrontado em várias sessões da Assembleia Municipal, e insiste em manter contratos com esta empresa”, salienta Ana Leal.

O alegado falso engenheiro esteve envolvido, nomeadamente, numa obra numa piscina na Penha de França que foi paga numa parceria entre a autarquia e o clube Estrelas São João de Brito. A obra nunca foi terminada, tendo sido detectadas várias irregularidades, nomeadamente buracos e infiltrações.

Veio-se a verificar que o engenheiro que assinou a obra “nem sequer tem uma licenciatura”, como frisa o presidente do Estrelas São João de Brito, Nuno Lopes, realçando na TVI que “utilizava o número da Ordem de outro engenheiro e já tinha outros processos na Ordem”. Os dados são confirmados pela própria Ordem dos Engenheiros que fala de uma “falsificação grosseira”.

Emocionado, Nuno Lopes refere como teve que “despedir as pessoas” e “extinguir um projecto” que nunca se concretizou, prejudicando, inclusive, uma atleta olímpica.

Pelo meio, o presidente do Estrelas São João de Brito acusa Fernando Medina. “Ele acha-se dono de Lisboa, é o quero, posso e mando“, queixa-se.

Da parte da autarquia, Medina acusa o clube pelo facto de as obras não terem avançado. “Foi um erro o que a Câmara fez de ter confiado a execução desta obra ao clube”, referiu o autarca numa sessão da Assembleia Municipal.

ZAP //

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