Câmara dos Representantes abre inquérito para destituir Joe Biden

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

A Câmara dos Representantes norte-americana aprovou, esta quarta-feira, a abertura formal de um inquérito de destituição do Presidente do país, Joe Biden. O inquérito tem como finalidade averiguar se o líder norte-americano beneficiou de crimes de que o filho, Hunter Biden, está a ser acusado.

Na semana passada, Hunter Biden, filho do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), foi acusado de ter cometido nove crimes fiscais.

A Câmara dos Representantes dos EUA começou a investigar Hunter Biden, no âmbito das investigações sobre o pai, Joe Biden, por alegadas irregularidades, incluindo tráfico de influências para beneficiar membros da família em negócios.

Com 221 votos a favor e 212 contra, a Câmara dos Representantes, com maioria republicana, abriu agora um inquérito de destituição de Biden, pelos recentes escândalos relacionados com o filho.

O presidente da câmara baixa do Congresso justificou a decisão dos Republicanos com a recusa da Casa Branca dos seus pedidos de informação, mas, até agora, as investigações não produziram qualquer prova de más práticas por parte de Biden.

“Não há provas que apoiem as alegações de que o meu pai esteve envolvido financeiramente no meu negócio, porque tal não aconteceu”, assegurou Hunter Biden, esta quarta-feira.

É pouco provável que o presente inquérito venha a ditar a destituição de Joe Biden.

Mesmo num cenário em que a Câmara dos Representantes votasse a favor da saída do líder norte-americano, a decisão final cabe ao Senado, onde, pelo menos dois terços, teria de votar a favor da sua destituição – o que parece difícil, uma vez que o “lado de Biden” é a maioria.

Escândalos de Hunter Biden

O filho de Biden, de 53 anos, já é acusado de três crimes relacionados com a compra e posse de armas – ilegal quando se consome drogas – que adquiriu em 2018.

Em outubro, Hunter Biden declarou-se inocente num tribunal do Delaware das acusações de ter comprado uma arma em 2018, mentindo sobre o facto de não consumir drogas, apesar de mais tarde ter admitido que lutava contra o vício do crack.

As acusações contra o filho do líder democrata são o resultado de uma investigação aberta em 2018, durante a administração de Donald Trump (2017-2021), e que o próprio ex-Presidente, agora candidato à nomeação presidencial republicana, usou para atacar Biden, o qual poderia enfrentar nas eleições de 2024.

A investigação, que já dura há cinco anos, levou este ano a um acordo entre a defesa de Hunter Biden e a equipa de acusação liderada pelo procurador nomeado por Trump, David Weiss, o que poderia ter colocado um ponto final no caso.

No entanto, esse pacto fracassou e agora Hunter Biden enfrenta um julgamento que provavelmente terá lugar em plena campanha para as eleições marcadas para novembro de 2024.

“Em vez de fazerem qualquer coisa para ajudar a melhorar a vida dos americanos, os republicanos estão concentrados em atacar-me com mentiras. Em vez de fazerem o seu trabalho no que precisa ser feito com urgência, optam por perder tempo com este golpe político infundado que até mesmo os republicanos no Congresso admitem não ser apoiado por fatos”, reagiu Joe Biden, em comunicado.

ZAP // Lusa

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