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Câmara de Lisboa anula leilão de rendas. T1 chegou aos 760 euros

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No leilão de rendas do Programa Renda Acessível, os preços oferecidos pelos potenciais inquilinos chegaram a mais do que dobrar o valor base. A Câmara de Lisboa decidiu suspender o leilão.

Oito apartamentos reabilitados na zona da Ajuda, em Lisboa, foram colocados em leilão no início do ano pela Sociedade de Reabilitação Urbana – SRU.

De acordo com o Diário de Notícias, o objetivo era arrendar as casas no âmbito do Programa Renda Acessível (PRA), da Câmara Municipal de Lisboa, mas a procura foi de tal forma acentuada que os preços oferecidos pelos potenciais inquilinos foram mais do dobro do preço base que foi a leilão. A autarquia acabou por suspender este concurso.

Uma das casas era um T1, com um preço base de 350, pela qual, em leilão, houve quem oferecesse 760 euros. Por um T2 triplex com 77 metros quadrados, com uma renda base de 500 euros, ofereceram-se mais de 900 euros.

Os resultados foram afixados e o concurso dado como fechado.

Depois disso, a autarquia já garantiu ao DN que vai mandar anular o procedimento. “O concurso para arrendamento de fogos promovido pela Sociedade de Reabilitação Urbana não cumpre os princípios nem os critérios do Programa Renda Acessível. Este concurso vai ser anulado pela CML e vai ser lançado outro novo que respeite na íntegra princípios e preços do PRA.”

A autarquia assegurou ainda que “vai averiguar as razões deste procedimento da SRU tirando daí as devidas consequências”.

De acordo com os princípios do PRA, o programa pretende a “regeneração urbana e o rejuvenescimento da cidade” e as habitações, de várias tipologias, deverão contemplar “rendas entre os 250 e os 450 euros, muito abaixo dos valores do mercado”.

A empresa já tinha fechado o concurso de rendas de oito frações que recuperou e agendou a assinatura dos contratos, na sede da SRU, para os dias 26 e 27 de abril.

A decisão de anular este leilão está a ser reconhecida como a mais correta pelo presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal.

De acordo com Luís de Carvalho, aceitar as ofertas em causa seria “desvirtuar a intenção da própria câmara de tentar influenciar mercado de ativos para arrendamento com os valores corretos”.

ZAP //

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6 Comments

  1. Mas leilão, porquê ?!?
    Se as casas são de rendas acessíveis e servem para serem atribuídas a famílias em dificuldades, porque não se entregam simplesmente, depois de analisar e comparar as famílias em questão ?!
    Desta forma, as casas irão parar às mãos de quem as quer usar para subalugar, por exemplo, a turistas e ganhar com isso.

  2. Normal. O que é anormal são as pessoas que abriram o leilão, a sonhar com valores baixos. Um claro sinal que não sabe o que anda a fazer. O meu pai com a 4ª classe, e que trabalhou a vida toda como trolha, concluiu que isso era uma má ideia…

  3. Porreiro pá! Mais baratas significa que os contribuintes na prática suportam o restante quando na realidade há gente disposta a pagar mais. Fantástico negócio…

  4. Podem ir todos morar para a casa do atual presidente da câmara de lisboa. Comprou-a por uma bagatela… a um familiar da Teixeira Duarte. Depois, passados uns meses, adjudicou-lhe um contrato por ajuste direto… motivo de urgência… provavelmente urgência de encaixe de alguma coisa que eventualmente não deveria encaixar… mas terá encaixado… ao que tudo indica.

  5. Um leilão para alugar casas baratas? Isso só para parvos. Se põem em leilão as pessoas oferecem até ao limite das suas possibilidades. E ainda há gente com dinheiro para oferecer. Se querem alugar barato têm que ver quem está necessitado e não tem dinheiro para pagar rendas caras. A seleção tem de ser outra. Depois aparecem as cunhas, evidentemente. O melhor, se calhar, são as leis de mercado. Quem não tem dinheiro não pode viver em certas zonas. Eu também gostava de viver na quinta da marinha…!

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