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E se a Caixa comprar o Novo Banco? “É estranho” e arriscado

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Rodrigo Gatinho / portugal.gov

Paulo Macedo, presidente da CGD.

O mercado bancário nacional está em polvorosa com a possibilidade de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) adquirir o Novo Banco. O cenário é, para já, meramente especulatório, mas levanta estranhezas e avisos.

A notícia de que o Governo teria interesse em que a CGD avance para a compra do Novo Banco levou o Banco de Portugal (BdP) a lançar avisos para os riscos da operação.

“É uma decisão de negócio com consequências sistémicas que devem ser analisadas”, sublinhou o Governador do BdP, Mário Centeno, em declarações à Reuters que são citadas pelo Público.

Centeno realça que qualquer operação de concentração bancária tem de ser analisada com “cuidado e cautela”.

Os cinco maiores bancos que actuam em Portugal, já controlam mais de 80% dos activos.

De resto, Centeno recorda que houve fusões que correram mal no passado, e alerta que “a estabilidade do sector requer que os seus intervenientes também sejam estáveis”.

“Estranho ter banco público a comprar” Novo Banco

Sobre uma eventual venda do Novo Banco, o CEO do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, referiu ao Jornal de Negócios que “poderá haver vários interessados”, mas excluiu a sua instituição da corrida. “Nós seguimos o nosso caminho”, apontou.

Quanto a um eventual interesse da Caixa na aquisição, “não deixa de ser estranho um banco público comprar o quarto maior player e ficar com mais de um terço” do mercado, realçou Castro e Almeida.

O CEO do Santander notou também que os portugueses devem perceber “se querem ter um terço do sistema financeiro concentrado num banco público“.

Estado detém 25% do Novo Banco

Uma eventual venda do Novo Banco terá de passar pela Autoridade da Concorrência ou pela Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.

A Europa vive um contexto de aquisições e fusões bancárias, com alguns dos players do mercado a apostarem em aumentar a escala para se tornarem mais competitivos.

No caso do Novo Banco, haverá planos para a entrada em bolsa com a colocação de 25% a 30% do capital. Mas a venda directa do banco também pode estar em cima da mesa.

O Estado poderá vender os 11% que tem directamente no Novo Banco, e mais 14% que detém através do Fundo de Resolução.

O maior accionista do Novo Banco é o fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do capital.

ZAP //

1 Comment

  1. E o dominio do mercado português pela banca espanhola não incomoda ? controlam 30% ou mais
    sendo o santander o maior banco privado a actuar em Portugal.
    Querem mais concentraçao ?!

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