Cafeína pode aliviar sintomas da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção

Estudos com animais revelaram que a cafeína pode aumentar a atenção e impulsionar a memória. A incorporação da substância no tratamento da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) pode ajudar a aliviar alguns sintomas.

Uma equipa de cientistas da Universidade Aberta da Catalunha, em Espanha, analisou a possibilidade de incluir a cafeína no “arsenal terapêutico” para mitigar alguns dos sintomas da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA).

Com esta investigação, os cientistas concluíram que o consumo de cafeína pode aumentar a atenção e a capacidade de retenção em adolescentes e adultos que sofrem desta perturbação psiquiátrica.

“Esta substância melhora este tipo de procedimentos cognitivos e aumenta a capacidade de atenção e flexibilidade na atenção espacial e seletiva, assim como na memória de trabalho e memória de curto prazo”, detalhou Javier Vázquez, um dos principais autores deste estudo, citado pela Cosmos Magazine.

Uma das maiores vantagens é o facto de o tratamento controlado com esta substância não alterar a pressão arterial nem levar a um aumento ou diminuição do peso corporal.

Os investigadores salientam que a cafeína pode ser um instrumento terapêutico para este tipo de sintoma, mas os resultados não são claros em relação a outros sintomas característicos da doença, como a hiperatividade e a impulsividade.

“Os resultados são muito positivos, mas precisamos de ser muito mais cautelosos ao prescrever um tratamento médico à base de cafeína para estes sintomas. Nos diagnósticos em que o problema é puramente atencional, a cafeína pode ser uma terapia apropriada; contudo, se houver uma presença sintomatológica de hiperatividade ou impulsividade, devemos ser mais cautelosos”, advertiu Vázquez.

De qualquer modo, os resultados deste estudo “reforçam a hipótese de que os efeitos cognitivos da cafeína encontrados nos modelos animais poderiam ser traduzidos e aplicados ao tratamento da PHDA nos seres humanos, especialmente na adolescência“, rematam os autores.

O artigo científico foi recentemente publicado na Nutrients.

ZAP //

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