A cafeína ajuda a correr mais depressa

Tatyana Zenkovich / EPA

Os atletas que tomam uma dose de cafeína são significativamente mais rápidos do que os colegas que não tomam, revelou um novo estudo realizado por investigadores japoneses. Esta é a primeira investigação direta sobre o efeito da cafeína no desempenho dos atletas que competem nas corridas de 100 metros.

Embora as drogas que melhoram o desempenho sejam amplamente proibidas no desporto internacional, a cafeína é talvez a única droga que não só é permitida, mas muitas vezes recomendada, segundo notou o New Atlas.

A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) sugere aos atletas que tomem cafeína em “ambientes de competição” para melhorar o seu desempenho.

Desde 1984, a Agência Mundial Anti-doping proibia os atletas de consumirem níveis elevados de cafeína. Mas como se trata de uma droga omnipresente, as análises ao sangue eram inconsistentes e muitos atletas eram “apanhados” caso tomassem algumas chávenas de café durante o evento. A proibição foi levantada em 2004.

“Embora estudos anteriores tenham analisado os efeitos da cafeína na corrida, as provas não eram suficientemente conclusivas para apoiar o consenso Mundial de Atletismo”, explicou Takeshi Hashimoto, o investigador principal do estudo

“A maior parte dos estudos examinava os seus efeitos em corridas de ‘sprint’ simples, de menos de 60 metros. Por conseguinte, era importante estudar os efeitos ergogénicos da cafeína no desempenho dos 100 metros de ‘sprint'”, continuou o investigador da da Universidade Ritsumeikan.

Os investigadores recrutaram 13 atletas profissionais em idade universitária para a experiência. Antes de completar qualquer teste, foi dada a cada participante uma dose moderada de cafeína (6 miligramas por quilograma de peso corporal) e foi medido o seu tempo individual até ao pico da concentração plasmática.

Isto permitiu aos investigadores cronometrar efetivamente o tempo de cada participante até ao seu momento específico de pico de concentração de sangue. Cada participante completou então duas experiências separadas, com pelo menos uma semana de intervalo, com o suplemento de cafeína ou o placebo.

Os investigadores descobriram que a suplementação com cafeína levou os atletas a serem 0,14 segundos mais rápidos do que os colegas que tomaram o placebo. Isto pode não parecer muito, mas para os atletas profissionais pode ser a diferença entre o primeiro e o sexto lugar.

As maiores vantagens do consumo da cafeína foram observadas nos primeiros 40 metros da corrida, sugerindo que a substância proporciona uma aceleração mais explosiva nas fases iniciais. No final da corrida de 100 metros, foi detetada pouca diferença entre os atletas dos dois grupos.

Os investigadores notaram que os comportamentos de consumo de café dos participantes não afetaram as suas respostas à cafeína nos testes – a substância é igualmente eficaz para os consumidores regulares de café como para os consumidores não habituais.

No estudo foi também observado que o tempo ideal para consumir cafeína tendia a ser de pelo menos 60 minutos antes de uma corrida. Os participantes que demoraram um pouco mais para atingir picos de concentração de sangue (até 90 minutos) também tenderam a apresentar maiores melhorias em relação à cafeína.

“Os conhecimentos adquiridos com este estudo deram-nos as primeiras provas diretas da ergogenicidade da cafeína na corrida de ‘sprint’ em atletismo”, referiu ainda Takeshi Hashimoto.

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