Buscas do avião da Malásia podem levar um ano

francescoprocida / Flickr

Avião Boeing 777 da Malaysia Airlines

O australiano Angus Houston, responsável pela operação internacional de busca pelo voo MH370, afirmou nesta sexta-feira que pode levar até um ano para que o avião desaparecido da Malaysia Airlines seja encontrado.

O responsável diz, no entanto, estar confiante de que a aeronave será encontrada.

Na próxima semana, representantes da Austrália, China e Malásia vão reunir-se na capital australiana, Camberra, para discutir o andamento das buscas. A reunião na Austrália ajudará a definir a próxima etapa das operações de busca, disseram autoridades.

“Esse encontro é muito importante porque formalizará o caminho que devemos seguir para garantir que a operação continue com urgência e não seja interrompida”, afirmou Houston.

A busca por destroços da aeronave foi adiada sem prazo determinado. Já a operação no solo submarino será estendida para a área onde as autoridades acreditam – com base em imagens de satélite – que o avião tenha caído.

“A busca deverá levar provavelmente cerca de oito meses, talvez de oito a 12 meses se apanharmos mau tempo ou tivermos outros problemas”, disse Houston.

“Estamos totalmente comprometidos em achar o MH370 e estou pessoalmente confiante de que, com uma busca efetiva, nós acharemos em algum momento essa aeronave”.

Relatório

Na noite da última quinta-feira, as autoridades da Malásia divulgaram um relatório preliminar sobre o avião desaparecido.

Um rascunho do estudo descreve que os controladores de tráfego aéreo do Vietname contactaram os seus colegas de Kuala Lumpur às 01h38 (hora local) para comunicar sobre o desaparecimento do avião, 17 minutos depois de deixar de aparecer nos radares.

A operação de busca e resgate teve início quatro horas depois, às 05h30 locais.

O relatório também recomendou a introdução de um rastreamento em tempo real de voos aéreos comerciais, ao destacar que houve duas ocasiões recentes em que grandes aviões desapareceram sem deixar registros de suas últimas posições – os voos MH370 e o AF447, da Air France, em 2009 (que caiu no meio do Oceano Atlântico, com 228 passageiros a bordo).

Atualmente, não há qualquer exigência de rastrramento por parte da Autoridade de Avião Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês), o órgão das Nações Unidas que fiscaliza a aviação global. “Essa incerteza criou uma dificuldade significativa para localizar o avião em tempo útil”, informou o relatório.

Enquanto isso, a Malaysia Airlines pediu aos familiares dos passageiros para deixar o hotel em Kuala Lumpur onde estão temporariamente hospedados e ir para casa.

A companhia aérea diz demonstrar “profunda solidariedade à angústia contínua e inimaginável, e ao dano sofridos por aqueles com entes queridos a bordo do avião”, mas alertou que as buscas seriam “um processo longo”.

A empresa acrescentou ainda que os familiares devem aguardar por atualizações “no conforto de suas casas”.

Resposta rápida

O estudo preliminar, do Ministério dos Transportes da Malásia, também apontou que os controladores de tráfego aéreo só perceberam que o avião tinha desaparecido 17 minutos depois de não estar mais nos radares.

A aeronave, com 239 pessoas a bordo, desapareceu no dia 8 de março enquanto sobrevoava o Mar do Sul da China. O avião partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, e deveria aterrar em Pequim, na China, seis horas depois.

As autoridades acreditam, no entanto, que o avião tenha caído no mar em algum ponto a oeste da cidade australiana de Perth, a milhares de quilómetros da sua rota original.

O motivo do desvio permanece desconhecido. Uma operação de buscas envolvendo vários países ainda ainda não encontrou vestígios da aeronave.

No início desta semana, a Austrália anunciou que a operação estava a entrar numa “nova fase”, depois de realizar uma busca na área onde tinham sido captados sinais eletrónicos semelhantes aos da caixa-negra do avião.

ZAP / BBC

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