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Bruno de Carvalho atira-se à TVI (que já perde dinheiro). PGR e ERC estão a investigar

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José Sena Goulão / Lusa

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho

A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito ao ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, depois de uma denúncia por violência doméstica no âmbito da sua participação no “Big Brother Famosos” da TVI.

A denúncia da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) contra Bruno de Carvalho, pelo seu “comportamento ameaçador” para com outra concorrente do “Big Brother Famosos”, a cantora Liliana Almeida, levou a PGR a abrir um inquérito.

Bruno de Carvalho e Liliana Almeida conheceram-se no reality show da TVI e iniciaram um relacionamento amoroso, assumindo-se como namorados.

A PGR está a investigar se há factos que se enquadrem no “crime público de violência doméstica, na forma psicológica e física”, conforme alega a CIG.

O inquérito decorre na Secção Especializada Integrada de Violência Doméstica (SEIVD) de Sintra, segundo o comunicado da PGR divulgado pela Lusa.

ERC analisa eventuais infrações à Lei da Televisão

Entretanto, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) confirmou à mesma agência de notícias que recebeu queixas sobre alegadas situações de violência psicológica e física no programa da TVI, notando que estão “em apreciação”.

Essas queixas foram enviadas por “cidadãos e associações representativas”, segundo a ERC que realça que, “quando houver uma decisão a respeito das mesmas”, a divulgará, “como habitualmente”, no seu site.

Em causa pode estar a violação do artigo 27 da Lei da Televisão que refere que os meios de comunicação social não podem “incitar à violência ou ao ódio“.

O ex-vice presidente do Conselho Regulador da ERC, Alberto Arons de Carvalho, considera, em declarações ao Expresso, que “em princípio”, esse artigo “aplica-se a esta situação” que envolve o caso de Bruno de Carvalho.

O também docente universitário refere, contudo, que uma decisão da ERC não deverá sair “antes dos próximos seis meses”, o que significa que só será conhecida quando a polémica já tiver passado.

Para decidir, a ERC terá de ouvir todas as partes envolvidas, incluindo Bruno de Carvalho, Liliana Almeida e demais concorrentes, além de elementos da TVI.

O caso pode terminar com a ERC a fazer apenas “recomendações” para que a TVI “não continue com as práticas que levaram às participações”, analisa ainda Arons de Carvalho.

O especialista em Ética e Deontologia da Comunicação e professor na Universidade de Coimbra, Carlos Camponez, duvida que haja “uma intervenção da ERC contra o canal televisivo”, como nota também ao Expresso.

“Será difícil dizer que o programa incita o ódio e a violência”, salienta.

TVI perdeu dois patrocinadores

Com a polémica toda em torno do reality show, a TVI já perdeu patrocinadores, designadamente as marcas Betano e Vinted que se desvincularam do “Big Brother Famosos” no seguimento da queixa da CIG contra Bruno de Carvalho.

“Não toleramos qualquer acto de violência, seja física, psicológica ou verbal”, fez questão de notar a Vinted no anúncio do fim da sua publicidade no reality show.

Bruno de Carvalho diz que havia “combinações com a produção”

Bruno de Carvalho recusou-se a ir a vários programas da TVI, como é habitual a todos os concorrentes que são expulsos do “Big Brother”, recusando assim discutir em público toda a polémica em torno do seu comportamento.

Mas o ex-presidente do Sporting convocou uma conferência de imprensa para uma sala do Hotel Radisson Blue, junto ao estádio do Sporting, em Lisboa, para contar a sua versão dos acontecimentos.

Surgindo acompanhado por um segurança, o ex-dirigente desportivo começou por falar de uma “bonita história de amor” que deveria ser o único facto a “dar audiências”.

Mas depois, Bruno de Carvalho partiu para o ataque à TVI, acusando a produção do “Big Brother Famosos” de exercer uma “pressão inadmissível” sobre Liliana Almeida.

Além disso, garantiu que, “a determinada altura”, os responsáveis do programa, “não tinham vontade que a relação continuasse, porque ela dava-se com mulheres“.

O ex-presidente do Sporting também assegurou que “há combinações com a produção” e que lhe disseram “para fingir ciúmes do Kasha e da Lili”. “Alinhei, pensei que era uma novela, mas depois percebi que as imagens que passaram cá para fora levaram as pessoas a pensar que eu era ciumento”, considerou.

“Deixou de ser um jogo da vida real para ser uma chacina de um homem que não se pode defender na plenitude porque a pessoa que o pode defender está presa numa casa”, referiu ainda.

Destruiu-se um homem na última gala. O homem que levou o programa às costas e que compreendia o jogo”, apontou também, insistindo nesta ideia de jogo e notando que “era de estratégia básica” e “boring”, ou seja, aborrecido. “Não me era motivador de grandes raciocínios”, completou.

“Discurso típico de um agressor”

Sobre as imagens polémicas divulgadas nas redes sociais e que são vistas como provas de um comportamento violento para com Liliana Almeida, Bruno de Carvalho referiu que foram retiradas do contexto e alegou que são momentos de intimidade de uma relação “intensa”, onde diz que sempre tentou “proteger” a cantora.

“Tínhamos das relações mais intensas e bonitas que já vi na minha vida“, apontou, assegurando que, em alguns dos momentos revelados, não sabia que estava a ser filmado.

Este é o discurso típico dos agressores consideram psicólogas ouvidas pelo Público. “É aquela ideia do príncipe encantado que protege a mulher. É camuflado como uma forma de carinho”, aponta a psicóloga do Gabinete de Apoio à Vítima da APAV, Cláudia Rocha, em declarações ao jornal.

Também a psicóloga e terapeuta de casais Catarina Lucas refere ao mesmo jornal que “é um comportamento de manipulação”.

Já a psicóloga clínica e sexóloga Tânia Graça fala de uma “desculpabilização clara dos comportamentos” e nota, igualmente em declarações ao Público, que “o discurso de Bruno de Carvalho é muito típico de alguém que é agressor, que manipula, chantageia e intimida”. “Tem um perfil narcísico, com pouca empatia. Precisa de ajuda“, conclui.

Por seu lado, Bruno de Carvalho diz que não se arrepende “de nada” do que fez no reality-show. “Não me arrependo de ter proporcionado bom entretenimento“, considerou na conferência de imprensa.

O ex-dirigente desportivo alegou ainda que está, novamente, a ser vítima de “calúnias”, como aconteceu no caso do ataque a Alcochete, onde acabou por ser absolvido. “Isto terá consequências graves para todos os que nos caluniarem e difamarem”, prometeu também.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. ESte Bruno sempre foi e será manipulador de toda o tipo de pessoas. Acha-se a ultima bolacha do pacote. Faz as asneiras todas depois a culpa é dos outros… e ainda faz chantagem em relação aos pais e filhas. Ele +e que tem de ter atitudes q protejam os pais e filhas não as outras pessoas. É um corpo de homem com cabeça e atitudes de criança.

  2. O Bruno de Carvalho foi o cepo das marradas. A apresentadora foi arrastada naquela onda que lhe valeu muitas críticas e muito desagrado em relação à VIT .
    O concorrente em questão estava despertar perante os espetadores daquele canal audiências que se transformaram numa onda de descontentamento sem motivo aparente . Os apoiantes de Bruno C. não foram tomados em conta . A pressão a que o programa foi sujeito deu origem à expulsão de Bruno . Alguns espetadores quiseram fazer justiça invocando motivos que não justificavam tal atitude . Os comentadores também aproveitaram a ocasião para alimentar o produto das críticas em relação a Bruno. Os concorrentes que ficaram na casa com um fraca participação , até agora não demonstraram nada que suscitasse algum interesse. Está lá uma que é portadora de agressividade, possessiva e só se exprime provocando gritaria. O cantor de karaok pouco ou nada interessa.

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