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May rejeita novo referendo, apresenta Plano B do Brexit e pede ajuda à oposição

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, rejeitou esta segunda-feira convocar um segundo referendo sobre o Brexit e afirmou que espera voltar a debater com a União Europeia o controverso plano de salvaguarda elaborado para manter a livre circulação na fronteira entre as duas Irlandas.

Theresa May apelou a todas as facções representadas no Parlamento britânico que trabalhem com o seu governo na elaboração de um novo acordo de saída da União Europeia.

A primeira-ministra britânica compareceu esta segunda-feira na Câmara dos Comuns para apresentar o seu novo plano em relação ao Brexit, depois de a semana passada os deputados britânicos terem rejeitado por uma ampla margem de 230 votos o anterior acordo negociado pela governante britânica com a UE.

A primeira-ministra espera encontrar solução nos pontos da discórdia que motivaram a reprovação massiva do primeiro acordo com Bruxelas apresentado dia 15 de janeiro à Casa dos Comuns, em Westminster.

A estratégia que Theresa May definiu, na prática um plano semelhante ao anterior, passa por negociar com os eurocépticos do seu partido Conservador e com os deputados do Partido Democrata Unionista para tentar levantar as objecções à questão da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, o capítulo mais controverso do acordo.

“Nas próximas semanas, continuarei a negociar com meus colegas, incluindo o partido norte-irlandês DUP, para avaliar como podemos cumprir com as nossas obrigações para com o povo da Irlanda do Norte e o da Irlanda de forma que possamos obter o maior apoio possível no Parlamento. Depois, levarei as conclusões desse diálogo novamente à União Europeia”, afirmou May.

O passo seguinte será voltar a Bruxelas e pedir mais concessões. “O meu objectivo continua a ser fazer o que é necessário para garantir o apoio do parlamento a favor de um Acordo para o Brexit com a UE”, disse.

A primeira-ministra defende ser preciso que os membros do parlamento britânico sejam “honestos com o povo britânico sobre o que significa” evitar o divórcio sem acordo com os parceiros europeus.

Ao revelar os passos que planeia seguir a partir de agora, a governante apresentou argumentos contra a convocação de um novo referendo sobre a saída do país da UE, por considerar que abalaria a “coesão social”.

“Tenho medo de que um segundo referendo criaria um difícil precedente, que poderia ter implicações significativas sobre a forma como lidamos com consultas populares neste país”, alegou May, que realçou ainda que este cenário exigiria um aumento do prazo para que o país deixe a UE, actualmente marcado para o dia 29 de março.

O novo plano de May será posto à prova no próximo dia 29, data em que a Câmara dos Comuns irá debater e votar uma moção de carácter “neutro” apresentada pelo governo, que se limita a constatar que os deputados consideraram as suas propostas.

Entretanto, a moção irá recolhendo emendas das diversas forças políticas, abrindo a porta a que os parlamentares assumam controlo parcial do Brexit e modifiquem o roteiro traçado pelo governo.

Se Theresa May decidir voltar a apresentar o acordo de saída ao Parlamento, a votação não deverá ocorrer antes de fevereiro, adiantou um porta-voz do gabinete de May.

ZAP // EFE / Euronews / RFI

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