O período de transição nas negociações com a União Europeia termina a 1 de janeiro de 2021 e o Governo britânico rejeita a hipótese de uma extensão do prazo.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, e o presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, concordam na necessidade de estender o prazo para além de 1 de janeiro e levantaram essa hipótese nesta segunda-feira.
A extensão tem como objetivo dar às autoridades britânicas mais disponibilidade para gerir os efeitos da pandemia, uma ideia que ganhou força depois da deteção de uma nova variante do vírus a circular em território britânico.
No entanto, um porta-voz do primeiro-ministro britânico Boris Johnson assegurou que nada mudou na posição de Londres face ao período de transição.
“Irá terminar a 31 de dezembro, essa continua a ser a nossa posição. Precisamos de ratificar qualquer acordo antes de 1 de janeiro, o que significa que há pouco tempo e é por isso que os nossos negociadores continuam a trabalhar duro”, disse o porta-voz, citado pelo Público.
Mesmo que não haja acordo, o Reino Unido tem capacidade para “prosperar”, assegurou Boris Johnson, ao final desta segunda-feira. “As regras da Organização Mundial de Comércio serão mais do que satisfatórias para o Reino Unido. E nós podemos certamente enfrentar [o que virá].”
A política de pescas, as regras de concorrência e os mecanismos de resolução de disputas continuam a ser os três grandes temas a interferir neste impasse negocial. Qualquer acordo alcançado terá ainda de passar pelo crivo do Parlamento Europeu e do Parlamento britânico.
O Reino Unido abandonou a União Europeia a 31 de janeiro, tendo entrado em vigor medidas transitórias que caducam no próximo dia 31. Na ausência de um acordo, as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de taxas aduaneiras e quotas de importação, para além de mais controlos alfandegários e regulatórios.