Acusações de um ministro da Venezuela, que não gostou de ouvir o chefe da diplomacia da UE e da postura de outros países sul-americanos.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse esta quinta-feira que a UE não reconhece a “legitimidade democrática” da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.
Maduro “continuará presidente, sim, de facto. Mas não reconhecemos legitimidade democrática baseada em resultados [eleitorais] que não podem ser verificados“, declarou Borrell ao final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.
Na reação, o Governo venezuelano chamou esta quinta-feira “sem-vergonha” a Josep Borrell.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse que Borrell, que “passou anos a levar a UE à beira do colapso” e “se ajoelha diante do massacre e do genocídio na Palestina”, agora “procura ignorar as instituições democráticas” do país sul-americano.
Gil garantiu não se importar com os comentários de Borrell e instou o representante da UE a dedicar “os seus últimos dias no cargo a assumir todas as derrotas que colheu”.
Já na terça-feira, o mesmo Yván Gil acusou os executivos de Argentina, Chile, Equador, Peru e Uruguai de serem “fascistas”, também por questionarem os resultados das últimas eleições presidenciais.
“Vemos à cabeça desta situação o governo nazi-fascista de (Javier) Milei. É um dos governos hostis porque é um fantoche, um governo pobre. Lamentamos muito que a Argentina esteja a sofrer esta situação”.
“Depois há os governos do Uruguai, que também é um governo lacaio, prostrado perante os Estados Unidos. Governos como o do Peru e do Equador, onde o fascismo penetrou”, acrescentou o ministro, numa entrevista ao portal web La Iguana, próximo do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
ZAP // Lusa