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Um bombeiro morreu e quatro ficaram feridos no combate às chamas em Oleiros

Rodrigo Antunes / Lusa

O despiste de uma viatura dos bombeiros da corporação de Proença-a-Nova, este sábado, provocou a morte de um bombeiro, de 21 anos. Outros quatro ficaram feridos.

Na sequência do despiste de uma viatura de bombeiros durante o combate ao incêndio que começou, este sábado, em Oleiros, Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, um bombeiro, de 21 anos, morreu.

O acidente provocou também ferimentos ligeiros em três bombeiros e há a registar um ferido grave, assistido no local por uma equipa do INEM e transportado para o hospital, em Coimbra, com um traumatismo na face, segundo o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo.

De acordo com a rádio TSF, o Ministério da Administração Interna (MAI) já emitiu uma nota de pesar pela morte do bombeiro da corporação de Proença-a-Nova. “Neste momento difícil, envio os meus sentidos pêsames à família, amigos e à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova. Manifesto ainda os meus votos de plena recuperação aos quatro bombeiros que ficaram feridos neste mesmo acidente”, pode ler-se na nota.

Na manhã deste domingo, mais de 600 operacionais continuam a combater o incêndio que já se alastrou aos concelhos vizinhos, estando os bombeiros a proteger as povoações.

“Algumas povoações na linha do incêndio estão a ser protegidas pelas equipas que estão no terreno”, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco, frisando que, enquanto o incêndio não estiver dominado, “há sempre risco” para as localidades, sobretudo as mais próximas do mato.

“Risco há sempre, porque enquanto o incêndio está ativo, continua em progressão. Até estar dominado, todas as aldeias que estejam na linha do incêndio vão ter de ser protegidas, porque são sempre aldeias em risco”, precisou a mesma fonte, indicando que naquele caso estarão, por exemplo, as localidades de Figueiredo e Carvalhal.

“Felizmente, tem estado a correr bem”, apontou o CDOS de Castelo Branco. “Há zonas em que as chamas já estão a ceder aos meios de combate”, informou a mesma fonte, precisando que está a ser usada “maquinaria pesada para abrir acessos e faixas”. Para já, “a operação mantém-se equilibrada” e “decorre favoravelmente”, acrescentou.

Ponte de Lima também combate as chamas

O Presidente da Câmara de Ponte de Lima, Vítor Mendes, apelou à intervenção do MAI e da PJ por suspeitar da quantidade de fogos que atingiram o concelho nos últimos dias.

Neste concelho do distrito de Viana do Castelo lavraram, este sábado, dois incêndios que mobilizaram mais de duas centenas de operacionais, um que afetou as freguesias de Fojo Lobal, Facha, Cabaços e Vitorino de Piães e um segundo nas freguesias de Serdedelo e Fornelos, ambos, disse o autarca de Ponte de lima, “muito próximos de habitações”.

“Andamos há duas semanas com incêndios todos os dias em zonas díspares. Temos assistido a quatro ou cinco incêndios por dia, num total de 38 incêndios. É uma situação incomportável. Não há recursos em quantidade suficiente e apesar do empenho de todos estamos a chegar a uma situação limite”, disse à agência Lusa.

“É fundamental que a Polícia Judiciária e militares e façam uma vigilância apertada e apurem mais sobre estas situações. Estou muito preocupado com a frequência e o número de fogos recente”, acrescentou.

Mais de 50 concelhos em risco máximo de incêndio

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco máximo estão 54 municípios dos distritos de Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre e Faro.

Os distritos que estão hoje com o maior número de concelhos em risco máximo de incêndio são os de Guarda, com 12 (Vila Nova de Foz Côa, Trancoso, Pinhel, Almeida, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Mêda, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Sabugal e Manteigas) e Castelo Branco, com 10 (Belmonte, Covilhã, Penamacor, Fundão, Oleiros, Castelo Branco, Sertã, Vila de Rei, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão).

Em risco reduzido estão 31 municípios dos distritos de Braga, Porto, Leiria, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Setúbal.

Sete distritos de Portugal continental estão, este domingo, até às 18h00 de segunda-feira, sob aviso amarelo devido ao tempo quente. São eles Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Portalegre e Vila Real, devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima.

ZAP // Lusa

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