Bombas não detonadas da II Guerra Mundial são um perigo cada vez maior

How Hwee Young / EPA

As autoridades de Singapura detonaram uma bomba da II Guerra Mundial encontrada num estaleiro de construção civil, em setembro de 2023

Os projéteis não detonados da II Guerra Mundial estão cada vez mais sensíveis e, por isso, representam um perigoso cada vez maior.

Um estudo, publicado esta quarta-feira na Royal Society Open Science, revelou que os projéteis não detonados da II Guerra Mundial representam um perigo cada vez maior.

Os investigadores constaram que um dos explosivos que têm sob análise está a tornar-se mais sensível a impactos.

Como explica a New Scientist, o explosivo em questão chama-se Amatol e existem milhões de toneladas de munições não detonadas por todo o Mundo: ou em antigos depósitos de munições, ou em projéteis e bombas que não foram detonadas.

O Amatol foi amplamente utilizado nas Grandes Guerras, mais está ainda presente em algumas das munições usadas na Guerra da Ucrânia. É um explosivo feitos de uma mistura de TNT e nitrato de amónio.

De acordo com a mesma revista, foi desenvolvido em 1915 pelo Arsenal Real no Reino Unido quando os fornecimentos de TNT estavam baixos, mas muitos países deixaram de usar Amatol quando a produção de TNT aumentou, no final da II Guerra.

Ainda assim, o engenho continua a ser usado até hoje, já que, como explica o líder da investigação, Geir Petter Novik, “vários tipos de munições da era soviética que estão atualmente a ser utilizadas na Ucrânia contêm Amatol”.

Que perigo representam?

Se há estudos que dizem que os projéteis não detonados se tornam menos perigosos com o tempo; este vem dizer precisamente o contrário.

Quando a sensibilidade ao impacto de cinco amostras de Amatol retiradas de bombas e projéteis não detonados da II Guerra encontrados na Noruega foi testada, todas as  amostras foram mais sensíveis do que o se esperava para explosivo. Uma das amostras foi quatro vezes mais sensível do que em estudos anteriores.

O objetivo agora, explica Geir Petter Novik, é descobrir por que motivo a sensibilidade ao impacto está a aumentar.

“Suspeitamos que seja a formação de cristais ou sais sensíveis“, diz o investigador do Centro de Pesquisa da Defesa Norueguesa, citado pela New Scientist.

Além disso, a presença de contaminantes do processo de fabrico; ou reações com a caixa metálica, à medida que o revestimento se deteriora; bem como “apenas” o envelhecimento também podem ajudar a explicar este fenómeno.

De acordo com Peter Novik, é impossível dizer qual a percentagem de munições não detonadas pelo mundo que contém Amatol, mas 25% dos projéteis analisados pela sua equipa continham este explosivo.

ZAP //

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