Baixas taxas de natalidade ameaçam vida profissional dos jovens: vão enfrentar horários mais longos, reformas mais tardias, segundo um novo relatório do Instituto McKinsey.
Uma crise demográfica provocada pelo declínio das taxas de natalidade e pelo envelhecimento da população ameaça remodelar a força de trabalho mundial, alerta um relatório do McKinsey Global Institute.
Prevê-se que as gerações mais jovens enfrentem pressões crescentes, incluindo horários de trabalho mais longos, reformas mais tardias e maiores exigências de produtividade, à medida que as várias nações se debatem com as consequências económicas de uma mão de obra cada vez mais reduzida.
“Na ausência de medidas, os jovens herdarão um menor crescimento económico e suportarão o custo de um maior número de reformados“, adverte o relatório publicado na quarta-feira, que descreve uma bomba-relógio demográfica.
A McKinsey apresenta soluções, como o aumento da participação da força de trabalho, o alargamento do horário de trabalho e o aumento da produtividade. Outra abordagem sugerida consiste em prolongar a vida ativa para manter o equilíbrio económico.
O relatório estima, por exemplo, que os trabalhadores alemães precisariam de acrescentar 5,2 horas aos seus horários semanais para manter os níveis de vida aos níveis registados desde a década de 1990, se as taxas de participação na força de trabalho se mantiverem inalteradas.
Historicamente, o crescimento económico tem dependido das contribuições das populações em idade ativa, que também suportam o custo de sustentar as gerações mais velhas. No entanto, à medida que as taxas de natalidade caem e a esperança de vida aumenta, este equilíbrio está a tornar-se cada vez mais instável, sobretudo nas economias avançadas, nota o relatório.
Dois terços da humanidade vivem em países com uma fertilidade inferior à taxa de substituição de 2,1 filhos por família. Até 2100, as populações de algumas das principais economias sofrerão uma redução de 20 a 50 por cento, de acordo com cálculos das Nações Unidas.