Filip Singer / EPA
A megafábrica da Tesla, em Berlim
Uma bomba de 250 quilos da II Guerra Mundial foi encontrada nas imediações da polémica gigafábrica da Tesla, nos arredores de Berlim. Na impossibilidade de ser transportada, deverá ser detonada no solo, este sábado sábado.
A Tesla já sabia do risco de presença de munições não detonadas da II Guerra Mundial, quando decidiu construir a única fábrica na Europa num terreno florestal nas imediações de Berlim (capital da Alemanha), em 2020. Mesmo assim avançou.
A bomba de 250 quilos que foi agora encontrada num terreno florestal destinado à expansão da fábrica não pode ser transportada e deve ser detonada no solo no próximo sábado.
De acordo com um comunicado das autoridades municipais de Grünheide, citado na quinta-feira pela agência EFE, como medida de segurança, no sábado será delimitada uma área de raio de um quilómetro em torno do projétil. Esses trabalhos implicarão o encerramento de diversas estradas relacionadas com as instalações da Tesla ao tráfego rodoviário.
Há ativistas no terreno
De fora do perímetro se segurança, embora estando próximo da área limitada, ficará o terreno florestal ocupado há meses por ativistas que tentam impedir a ampliação da gigafábrica de 300 para 470 hectares.
Dezenas de ativistas permanecem desde finais de fevereiro em cabanas construídas nas árvores para protestar contra o impacto negativo que afirmam que a central tem no ambiente, especialmente devido à contaminação dos recursos hídricos.
Em março, um grupo de extrema-esquerda atacou megafábrica da Tesla, tendo provocado um prejuízo de centenas de milhões de euros.
“A Tesla consome terra, recursos, pessoas e trabalho e ‘cospe’ seis mil SUV [sigla em inglês para veículo utilitário desportivo], ‘máquinas de matar’ e ‘monster trucks’ por semana”, denunciou o grupo na mensagem, em que acusa também a fábrica de “poluir o lençol freático e consumir enormes quantidades de água potável”.
Local perigoso
As autoridades locais já tinham alertado os ativistas para o perigo de permanecer na área devido à presença de munições não detonadas da II Guerra Mundial, uma descoberta frequente em todo o país e particularmente em torno de Berlim.
A gigafábrica da Tesla em Grünheide – a única do fabricante norte-americano na Europa – emprega cerca de 12.000 trabalhadores e começou a operar em março de 2022.
Apesar dos grandes protestos, a fábrica da fabricante de automóveis elétricos de que Elon Musk é dona vai mesmo ser alargada, após a aprovação da autarquia, em maio.
ZAP // Lusa
