Uma bomba cardíaca em miniatura poderá permitir às crianças aguardar por transplante de coração no conforto de casa em vez de esperarem longos períodos de tempo nos hospitais.
As crianças com insuficiência cardíaca que aguardam transplante, normalmente ficam no hospital durante meses ou anos, presas a um dispositivo potente de bombeamento de sangue – o que lhes dificulta ainda mais a vida.
Há já uma bomba cardíaca funcional, denominada Berlin Heart, cujo uso foi aprovado pelas entidades reguladoras dos Estados Unidos e da Europa.
No entanto, este dispositivo apresenta diversas limitações; liga-se ao coração através de dois tubos quase tão grandes como mangueiras de jardim, o que apresenta um alto risco de derrame e na grande maioria uma hospitalização.
O Berlin Heart também exige que as crianças permaneçam no hospital para que possam ser monitorizadas quanto a riscos como acidentes vasculares cerebrais e infeções.
Um estudo, publicado no The Jornal of Heart and Lung Transplation e liderado por Christopher Almond, apresenta agora um novo aparelho, Jarvik 2015, que parece ser uma promessa importante como dispositivo implantável de fluxo contínuo para crianças, que pode apoiar a alta hospitalar.
Designado “dispositivo de assistência ventricular“, o Jarvik 2015 é um minúsculo dispositivo cardíaco que permite às crianças esperar por transplantes em casa de forma mais cómoda, e até mesmo que participem em atividades normais.
O Jarvik 2015 é ligado cirurgicamente para aumentar a ação de bombeamento do sangue do coração, dando mais tempo para encontrar um dador, segundo os investigadores.
A Food and Drug Administration (FDA), entidade reguladora de saúde e consumo nos EUA, aprovou já o dispositivo para um ensaio principal com 22 participantes.
A bomba funcionou bem em sete crianças de idades compreendidas entre os 7 meses e os 7 anos de idade, que participaram num ensaio inicial em pequena escala do dispositivo.
O Jarvik 2015 pode ser implantado no coração e ser ligado a uma bateria externa usada à cintura. O dispositivo funciona bombeando sangue do ventrículo esquerdo do coração para o vaso principal que envia sangue para todo o corpo.
Se a nova bomba for aprovada, os investigadores estimam que poderá ajudar 200 a 400 crianças por ano em todo o mundo.
Ainda não se sabe se este dispositivo sobreviverá até à comercialização, devido aos desafios financeiros enfrentados pela indústria que procura desenvolver dispositivos médicos pediátricos.
O aparelho é já, no entanto, uma promessa de conforto em casa para crianças que têm neste momento que passar por longos períodos de espera nos hospitais.