A empresa de intercâmbio de bitcoin Mt. Gox declarou falência esta sexta-feira, mas fontes internas disseram que a queda já tinha começado há quase um ano, altura em que a empresa se viu envolta em processos por parte de reguladores, em que se separou de antigos parceiros de negócios e em que foi alvo de inúmeros ciberataques.
A queda da Mt. Gox revelou as dificuldades que a comunidade bitcoin enfrenta, enquanto tenta harmonizar os seus ideais liberais com as regulações severas exigidas aos serviços financeiros e com as necessidades, por parte dos consumidores, de um serviço fiável.
Outrora a maior plataforma de intercâmbio de bitcoin, Mt. Gox requereu uma bankruptcy protection no início desta sexta-feira, alegando que perdeu quase 500 mil milhões de dólares sob a forma de moeda virtual devido a ataques cibernéticos ao seu sistema informático.
Promotores públicos norte-americanos intimaram a japonesa Mt. Gox, e outros negócios de bitcoin, a averiguarem a recente série de ciberataques disruptivos que oprimiram várias transferências, forçando as empresas a suspenderem os levantamentos. A Mt. Gox viu-se incapacitada de ressurgir, ao passo que rivais como a eslovena Bitstamp conseguiram recuperar o normal funcionamento das operações.
Nick Shalek, um investidor da Ribbit Capital, disse que ao primeiro grupo de empresários faltava qualidade, mas que, agora, um novo grupo de empresários pretende apostar no desenvolvimento de uma infraestrutura mais sólida em torno da bitcoin.
Ao contrário do dinheiro tradicional, a bitcoin é uma unidade monetária digital que é comprada e vendida numa rede peer-to-peer, sem dependência de um controlo centralizado. O seu valor disparou no último ano, e o total de bitcoins cunhadas representa agora sete mil milhões de dólares.
O declínio da Mt. Gox começou, ironicamente, quando a bitcoin adquiriu uma nova dimensão de visibilidade no grande público.