/

Bolsa com melhor ano desde 2009 ao valorizar 16%

O.I.N. / Wikimedia

-

O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI20, já valorizou 15,9% este ano, no melhor desempenho anual desde 2009, com destaque para o regresso aos ganhos dos títulos do setor financeiro e para a forte subida da Mota Engil.

A valorização registada pelo PSI20 em 2013 – quando apenas falta uma sessão para terminar o ano e se encontra nos 6.553,60 pontos – além de ser a melhor desde 2009 (quando subiu 33,4%), compara com o ganho ligeiro de 2,9% em 2012 que, por sua vez, tinha contrastado com as quedas de 28,2% em 2011 e 10,3% em 2010.

O ano fica marcado, na bolsa, pela venda pelo Estado de 70% do capital dos CTT, por duas fusões – entre a Zon e a Optimus e entre a Portugal Telecom e a Oi – e pelos minímos registados pelo PSI20 a 03 de julho, dia seguinte a Paulo Portas ter apresentado a sua demissão do Governo.

A recuperação da economia portuguesa e a redução da perceção de risco “está a atrair novamente investidores estrangeiros, com destaque para a banca”, disse Pedro Lino da corretora Dif Broker, à Lusa.

A Mota Engil foi a cotada que mais de se destacou no PSI20 este ano, isto sem contabilizar a sessão de terça-feira (31 de dezembro), mas que habitualmente é calma, com um fraco volume de transacções, e provoca poucas alterações.

A construtora viu o valor dos títulos quase triplicaram (176,5%) e fecharem o ano nos 4,33 euros, o que, segundo o gestor de contas Steven Santos, da corretora ‘online’ XTB, se deve tanto ao facto de “a construção ter sido muito penalizada”, pelo que é a que “ressalta mais” em época de recuperação, mas também de esta empresa ter sabido “diversifar” o negócio com a aposta em África e na América Latina.

O BCP segue-se no ‘ranking’ das subidas, com os títulos do banco a valorizarem 124,7% para 0,16 euros.

“A cotação do BCP mais do que duplicou, sobretudo na parte final do ano, com o anúncio da saída da Grécia, a reestruturação de todas as atividades, incluindo a redução de custos, e de vários ‘research’ positivos”, afirmou Pedro Lino.

Em 2013, também as cotadas da Sonae tiveram um ano positivo, beneficiando sobretudo a Sonae SGPS da liderança em Portugal no setor da distribuição, assim como a Zon Optimus, com os investidores atraídos pela fusão das operadoras.

No ‘vermelho’, destaque para a queda de 92,8% do Banif, para 0,01 euros, e do ‘peso pesado’ Portugal Telecom (PT), que perdeu 15,7% para 3,16 euros.

“Está a haver uma rotação de carteira, com os investidores a saírem de empresas mais sólidas, menos voláteis, e a voltarem o portfólio para ações com mais risco”, explicou Pedro Lino, acrescentando que no caso da PT a falta da clarificação da operação no Brasil, o menor dividendo distribuído e a saída de acionistas fortes penalizaram os títulos.

À semelhança de Lisboa, 2013 foi também de ganhos na Europa, sobretudo para o índice alemão Dax (25%), seguido de Madrid (21,2%), Paris (17,4%) e Londres (16%).

Pedro Lino destacou ainda a menor valorização de Milão, de 16%, em comparação com as praças dos países da periferia, considerando que o imposto aplicado naquele país às transações financeiras prejudicou a principal praça de Itália “porque os investidores começaram a focar-se em mercados similares não sujeitos a essas taxas”.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, a política expansionista da Reserva Federal (Fed) e a recuperação da economia também levou a subidas consideráveis nos mercados acionistas, com o índice alargado S&P 500 a acumular ganhos históricos de quase 30% este ano.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.