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Bolívia divulga vídeo que sugere que Morales incitou bloqueios à entrada de alimentos

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Arturo Murillo, ministro do Governo da Bolívia, divulgou na manhã de quarta-feira um vídeo que sugere que o antigo presidente do país, Evo Morales, incitou os bloqueios à entrada de alimentos que fragiliza o país.

Os bloqueios nas estradas de acesso a La Paz, capital da Bolívia, e aos arredores, usados nos protestos que se somam à tensa crise política, impõem aos bolivianos a falta de produtos básicos cujos preços dispararam nos últimos dias. Os bolivianos enfrentam agora a falta de carne, ovos, lacticínios e pão. Também faltam gás de cozinha e combustíveis para os transportes.

No vídeo partilhado por Arturo Murillo, um boliviano identificado como Faustino Yucra Yarwui, que terá ligações ao narcotráfico, é ouvido a falar com Evo Morales, atualmente exilado no México. O antigo presidente boliviano dá então ordens a Yarwui para provocar desordem social no país, bloqueando a entrada de alimentos, noticia o WSJ.

Estamos a sofrer com falta de comida. Não há carne, frango, ovos. Só há filas em busca de comida. Faltam os produtos mais básicos. E os que mais sofrem são as crianças que ficam com fome. Não aguentam sem comida. Até quando vamos estar assim?”, desabafa à Lusa Susana Zelayes, doméstica de 58 anos.

Face a esta situação, Murillo afirma que vai apresentar queixa contra o ex-presidente. “Evo Morales ordena que não entre comida nas cidades, isso é um crime contra a humanidade. Não pode ser assim, os bolivianos acreditaram nele, 70% dos bolivianos votaram nele e hoje em dia, ordena que matem de fome o seu povo“.

Marcha com caixões de vítimas mortais

Esta quinta-feira, a polícia dispersou com gás lacrimogéneo uma marcha, com os caixões das vítimas mortais que ocorreram numa operação militar e policial, que estava a chegar a La Paz, com os manifestantes a chamarem “assassinos” à força de segurança.

A manifestação de milhares de pessoas partiu da cidade vizinha de El Alto e seguiu até a praça central de São Francisco, com as urnas dos oito civis mortos durante a operação da última terça-feira.

As pessoas pararam numa avenida próxima da praça quando a polícia boliviana começou a lançar latas de gás lacrimogéneo, com os manifestantes a dispersarem-se pelas ruas adjacentes. Vários dos participantes declararam que se sentiram “mal tratados” depois de terem “pacificamente” desenvolvido o seu protesto para denunciar a intervenção militar e policial de terça-feira.

Os oito civis que morreram foram atingidos por armas de fogo, cujos autores estão a ser investigados, segundo a Defensoria do Povo da Bolívia. O governo provisório da Bolívia salienta que os disparos mortais não foram efetuados pelos militares. Os confrontos aconteceram na terça-feira, a 50 quilómetros de La Paz, quando as autoridades bolivianas tentaram reabrir o acesso à refinaria de Senkata, bloqueada por apoiantes de Evo Morales.

A Bolívia enfrenta uma grave crise política desde as eleições presidenciais, em 20 de outubro. Com a renúncia de Evo Morales, os seus apoiantes têm-se manifestado diariamente nas ruas de La Paz e em algumas províncias para exigir a saída da Presidente interina, Jeanine Áñez, acusada de dar luz verde a repressão policial violenta que, segundo a Defensoria do Povo, provocou pelo menos 32 mortos e 775 feridos desde 20 de outubro.

A Presidente interina da Bolívia enviou na quarta-feira um projeto de lei ao parlamento para a realização de eleições presidenciais e legislativas. A Constituição boliviana estabelece que um Presidente interino tem 90 dias para organizar uma eleição.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Novamente o Truque dos Alimentos. Vaticano – misericordia – da me uma moedinha de esmola Hahahahaha
    epá quem é que ainda cai nesta cantiga?

  2. Há que varrer a corja vermelha populista da América. Este já foi. Lula já foi. Falta ir o cubano e o venezuelano. E mais algum que ande por ali a esvaziar os cofres do Estado, para adquirir votos através dos estratégicos subsídios.

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