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O grupo extremista islâmico da Nigéria Boko Haram é suspeito de ter sequestrado pelo menos mais 20 jovens mães, de acordo com o relato de testemunhas. O grupo é o mesmo que chocou o mundo ao raptar 200 jovens estudantes em abril.
As mulheres foram levadas em carrinhas, sob a mira de armas, para um local desconhecido no estado de Borno, afirmam as testemunhas. Pelo menos 20 mulheres foram sequestradas, mas alguns relatos apontam para até 40 vítimas.
O Exército não se pronunciou sobre o incidente, que ocorreu em um acampamento nômada da etnia fulani na quinta-feira. Os militares têm enfrentado críticas crescentes por não conseguirem impedir os ataques de militantes no nordeste da Nigéria.
Apesar de vigorar um estado de emergência na região, os moradores dizem que o Exército é omisso, permitindo que os militantes do Boko Haram continuem seus ataques.
O grupo tem agido de forma cada vez mais sangrenta desde 2009, na tentativa de criar um estado islâmico na Nigéria. Milhares de pessoas morreram nesses ataques e nas reações de segurança subsequentes.
“Tarde demais”
O último incidente, envolvendo as mais de 20 mulheres, ocorreu perto do local onde mais de 200 estudantes foram capturadas a 14 de abril – a remota aldeia de Chibok, perto da fronteira com os Camarões.
Um membro de um grupo de vigilantes local, criado para resistir a tais ataques, disse que os militantes também levaram três homens que tentaram impedir o rapto.
“Queríamos ir atrás deles quando a notícia chegou até nós cerca de três horas depois, mas os veículos que temos não conseguiriam ir muito longe, e o relato chegou a nós um pouco tarde”, disse Alhaji Tar.
Desde o sequestro das estudantes, o governo tem enfrentado uma crescente pressão, tanto internamente quanto no exterior, para agir mais firmemente no combate ao Boko Haram.
Na segunda-feira, os militares anunciaram que tinham matado 50 insurgentes em operações antiterrorismo nos últimos dias e impedido novas invasões islâmicas em aldeias em Borno e no estado vizinho de Adamawa.
O anúncio foi feito após uma onda recente de ataques de rebeldes a aldeias – em apenas um desses ataques, terão sido mortas 200 pessoas na região de Gwoza, em Borno.
Apenas este ano, 3,3 mil pessoas já terão sido mortas pelo Boko Haram, de acordo com um novo relatório do Centro de Monitorização de Deslocados Internos e do Conselho de Refugiados Norueguês.
O governo do Reino Unido vai sediar uma reunião sobre a segurança no norte da Nigéria em Londres amanhã, 12 de junho, na sequência da reunião realizada em maio em Paris sobre a luta contra Boko Haram.
ZAP / BBC
