O 737 Max da Boeing, avião suspenso desde março de 2019 devido a dois acidentes que resultaram na morte de 346 pessoas, é novamente seguro para voar, afirmou o diretor executivo da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), Patrick Ky.
Segundo o Business Insider, a Boeing tem vindo a trabalhar num alteração completa do software de voo do avião. Na sexta-feira, Patrick Ky disse à Bloomberg que está satisfeito com as mudanças realizadas pela companhia aérea, acrescentando que o 737 Max pode começar a voar na Europa antes do final de 2020.
No domingo, a American Airlines avançou que pretende utilizar aviões 737 Max para viagens entre Miami e Nova Iorque, nos Estados Unidos (EUA), de 29 de dezembro a 04 de janeiro. A companhia aérea disse que está a adotar uma “abordagem em fases” e não confirmou se continuará a usar o avião após esse período.
Os planos da American Airlines dependem de uma autorização da Administração Federal de Aviação (FAA), que ainda não se comprometeu com um cronograma para a aprovação do 737 Max.
Apresentado como uma versão mais económica do 737, o 737 Max tem um maior alcance, menor custo operacional e o suficiente em comum com os modelos anteriores para que os pilotos pudessem alternar entre ambos.
Os acidentes puseram em causa as práticas de treinamento da Boeing. Durante o lançamento deste modelo, os pilotos apenas tiveram que fazer um breve curso ‘online’, ao invés de treinarem num simulador, como fariam para um novo avião.
Um sensor sintético – atualização de software exigida pela EASA em 2019 – ainda não foi implementado pela Boeing e não deve estar pronto nos próximos dois anos. Contudo, de acordo com a agência, o avião já atende aos padrões de segurança e esse “terceiro sensor” atenderá a níveis de segurança ainda mais elevados.
A FAA é o principal regulador da Boeing e, segundo as leis internacionais, o 737 Max não poderá voar até que esta permita. Em junho, a Boeing concluiu o seu primeiro teste de voo de para obter novamente a certificação, uma das muitas etapas necessárias antes que o avião possa retornar ao serviço.
Atualmente existem várias investigações em andamento, nas quais tem sido analisado o design do avião, de forma a determinar como a certificação foi atribuída e se houve negligência por trás do projeto. As consequências dos acidentes acabaram por custar o cargo do então CEO da empresa, Dennis Muilenburg.
Enquanto isso, a Boeing tenta resolver os processos abertos pelos familiares das vítimas do segundo dos dois acidentes. Em outubro de 2018, caiu um 737 Max operado pela Lion Air, da Indonésia, matando 189 pessoas. Em março de 2019, sucedeu o mesmo a um avião da Ethiopian Airlines, vitimando as 157 pessoas a bordo.