O Bloco de Esquerda só viabiliza um Governo socialista com acordo escrito, recusando uma governação à Guterres.
O desfecho das eleições é uma incógnita e nem as sondagens parecem dar uma certeza de quem possa sair por cima dia 30 de janeiro. Caso o PS vença as eleições, sem maioria absoluta, o Bloco de Esquerda (BE) mostra-se disponível para negociar, mas faz algumas exigências.
Em declarações ao jornal Público, a coordenadora do BE, Catarina Martins, disse que o partido só admite um acordo escrito para viabilizar um Governo socialista.
“Achamos que isso é fundamental. A ideia de que se pode governar caso a caso é desastrosa para o país. Como é que, num dia, é bom o projeto privatizador da direita do nosso Estado Social e, no dia seguinte, já é boa a ideia de defesa do Estado Social da esquerda? É preciso uma direção clara e nessa direção as pessoas sabem o que queremos debater”, disse a líder bloquista.
As exigências do partido já estão bem definidas e passam pela defesa e investimento no SNS, subida de salários, recuperação de pensões para quem teve um corte duplo durante a troika e investimento nas políticas da Lei do Clima.
Ao Público, Catarina Martins disse ainda que o PSD carregou “ao colo” as ideologias defendidas pelo Chega e lembrou que “cada deputado bloquista eleito será menos um do Chega”.
Se o Bloco sair das legislativas com o terceiro lugar, Catarina Martins realça que a presença do partido no Governo não é mandatória.
“Não colocamos essa discussão acima do resto, que é o programa. O BE não poderá ter ministros num Governo que tem um programa distante daquilo em que acredita”, atirou a líder do BE.
“Se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda”
Catarina Martins, defendeu que “se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda”, considerando que o BE “será a chave para desbloquear” essa solução política no dia seguinte às eleições.
No penúltimo dia de campanha, o BE realizou a tradicional arruada pela Rua Morais Soares, em Lisboa, no início da qual Catarina Martins recebeu o apoio da ex-deputada e antiga militante bloquista Ana Drago, que abandonou o partido em julho de 2014 por divergências políticas.
“O Bloco de Esquerda será a chave para desbloquear uma governação deste país à esquerda e que responda por quem trabalha e por quem trabalhou toda uma vida. Assumimos as nossas responsabilidades por inteiro e não esquecemos ninguém”, disse a líder bloquista aos jornalistas.
Segundo Catarina Martins, “se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda”.
“Claro que nunca será aprovado um programa de direita minoritário, claro que não. Era o que mais faltava. Já o fizemos em 2015”, respondeu, insistindo que “se houver uma maioria à esquerda, é à esquerda que se vai negociar um governo para este país”.
Questionada sobre se teme que o voto útil prejudique o partido devido à grande proximidade entre PS e PSD que as sondagens têm apontado, a coordenadora do BE começou por responder que voto no partido é aquele “que desempata a vida política em Portugal e permite esse novo ciclo pelo salário, pela pensão, pela saúde, pela habitação”, defendendo que “o voto útil é o voto que resolve a vida”.
Perante a insistência dos jornalistas, Catarina Martins referiu que “já toda a gente percebeu que no dia a seguir às eleições vai haver negociações” sobre o Governo que será formado.
“A força que pode desempatar é a força do BE”, insistiu.
Seguindo o apelo ao povo, a líder bloquista afirmou que “cada deputado e cada deputada que o Bloco eleger é menos um deputado da direita e da extrema-direita”.
“Do Algarve ao Minho, cada deputado do Bloco que entrar é um deputado do Chega que não entra e é mais. É a força para um contrato no dia seguinte, para que ninguém seja esquecido”, sintetizou.
“Que grande volta deu o PS nesta campanha”
A coordenadora bloquista, Catarina Martins, garantiu na quinta-feira que só teve “uma palavra” nesta campanha, ao contrário da “grande volta” que deu o PS nestas semanas, considerando que “a governação pantanosa do centrão” só será impedida com um BE forte.
Numa sala da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa cheia, o Bloco de Esquerda realizou o penúltimo comício de campanha, com intervenções também de Mariana Mortágua, Bruno Maia, Beatriz Gomes Dias e Leonor Rosas, todos candidatos pelo círculo eleitoral de Lisboa, uma noite que terminou em ambiente de festa ao som da música de Sérgio Godinho, “Maré Alta”.
Catarina Martins subiu ao púlpito para se mostrar “orgulhosa do Bloco”, não só pela campanha, mas também dos debates, recordando que andou perto das pessoas na volta pelo país da caravana bloquista e não “cercada por fiéis”, porque gosta “mais de falar de olhos nos olhos” do que de se esconder “em cima dos ombros de alguém”.
Outro dos motivos do orgulho da líder do BE é o facto de o partido só ter tido “uma palavra”, que diz ser a mesma desde 2015, porque o país depois da ‘troika’ e da austeridade “só pode assentar num contrato claro, um contrato de ferro que responda pelo trabalho e pelos serviços públicos”.
“Orgulho-me de ter enterrado o delírio de maioria absoluta de António Costa precisamente em nome deste contrato necessário. Orgulho-me de ter visto o primeiro-ministro dizer que voltará ao diálogo para este contrato. Que grande volta deu o PS nesta campanha”, atirou.
Satisfeita também pelo convite que fez ao líder do PS, António Costa, para uma “reunião já segunda-feira que vem”, Catarina Martins admitiu que sabe que “será difícil”, recordando as palavras de hoje do ministro Augusto Santos Silva ao “alimentar ambiguidades e admitir futuros apertos de mão com Rui Rio”.
“Pois só um Bloco de Esquerda forte impede essa deriva repetida, que o país conhece tão bem e recorda sem saudade, a governação pantanosa do centrão”, enfatizou.
A líder do BE acrescentou outra razão pelo “orgulho na campanha” feita pelo partido: “é que Rui Rio foi obrigado a falar”.
“A direita teve que vir a jogo e expôs-se: os grupos da saúde privada, as companhias seguradoras estão à espreita e Rui Rio é o seu homem. Ainda bem que Rio se mostrou. Sabemos o que não queremos”, afirmou.
O compromisso dos bloquistas, segundo Catarina Martins, é “com aqueles que foram ficando para trás”.
Trabalhadores das plataformas digitas, comunidades escolares, funcionários públicos, jovens precários, portugueses sem médicos de família e trabalhadores afetados pelas regras laborais que ainda restam do tempo da ‘troika’ são, nas palavras da coordenadora do BE, o “povo que o PS esqueceu” e a quem deixa um apelo: “vão votar e vão votar para ganhar”.
“Vão votar por um dia seguinte às eleições que ponha a funcionar o que já sabemos que pode funcionar: clareza de compromissos, metas e calendários, um contrato feito à esquerda. Votem por uma maioria em que o Bloco de Esquerda seja determinante como terceira política”, pediu.
Referindo as sondagens que colocam o BE “praticamente empatado, no terceiro lugar, com a extrema-direita”, Catarina Martins pede que “ninguém fique em casa”.
“Vamos ganhar a André Ventura, vamos derrotar a extrema-direita”, apelou, num momento em que todos os presentes se levantaram, agitaram bandeiras e aplaudiram até ao final do discurso.
ZAP // Lusa
Este bloco não aprende mesmo nada
Chumbaram o PEV IV juntamente com a direita e tivemos a Troika, e grande Passos Coelho, devem achar que foi muito melhor para os Portugueses, pois agora chumbam o orçamento, temos eleições, numa situação pandémica, e possivelmente , voltaremos a ter os amigos do Passos a ganhar as eleições.
Bravo Bloco
PEC IV E NÃO PEV IV
PEC IV e não PEV IV como por lapso se indicou
gostava de ver esta senhora e outros bloquistas a gerirem uma empresa, mas privada e sem subsídios do Estado, talvez deixassem de falar apenas em direitos, direitos e mais direitos e começassem a saber o que são deveres e responbilidades
Pois, o mais grave é que estiveram cogerir, não uma empresa, mas um país!!!
Primeiro os eleitores têm de viabilizar o bloco de esquerda
A falta de VERGONHA da esquerda caviar que nos rodeia, desde o PS de esquerda até ao MRPP – tudo é de uma falta de Vergonha e de princípios que assusta. É só olhar para a situação económica em que nos encontramos neste momento, com dívidas do Estado aos seus fornecedores a raiar o escândalo e um kostinha a clamar que está tudo uma maravilha e que com eles é que ficamos bem…
vejam-se as crises económicas do PS – de Mário S, António G, José S e agora kostinha… é só andar para trás e ver…
Não tenham memória curta por favor.
Como é possível que haja portugueses que achem que BE ou PCP a integrarem um governo resolvem alguma coisa neste país!?
Existe algum país no mundo com uma gestão à BE ou PCP economicamente forte?
Anda tudo doido.
Força PS
Mas consta que a artista Catarina Martins tem uma Empresa, com o marido, que recorreu aos Fundos Europeus (ela que é contra a Europa)
Há vendeu a parte dela à sogra quando foi para o Parlamento…….