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Blatter diz que Platini o avisou de que seria preso se não se afastasse

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Walter Bieri / EPA

O presidente da UEFA, Michel Platini, com o presidente da FIFA, Joseph Blatter

O presidente da UEFA, Michel Platini, com o presidente da FIFA, Joseph Blatter

Joseph Blatter, presidente demissionário da FIFA, revelou que Michel Platini, líder da UEFA, o alertou que seria detido caso não abandonasse o cargo no organismo que tutela o futebol mundial.

Numa entrevista ao jornal holandês Volkskrant, publicada hoje, o ainda líder da FIFA contou que Platini alertou o seu irmão, Peter Blatter, no último congresso eleitoral, em maio, que se Joseph Blatter se recandidatasse ao cargo seria detido pelas autoridades.

“Durante um almoço, Platini sentou-se ao lado do meu irmão e disse-lhe: ‘diz ao Sepp para desistir da candidatura, ou será preso’“, revelou o presidente demissionário.

Blatter foi reeleito em maio para um quinto mandato, mas acabou por se demitir dias depois, na sequência de um escândalo de corrupção. Entretanto, o suíço comprometeu-se a deixar o cargo após as eleições, a 26 de fevereiro.

Contatada pela AFP, fonte próxima de Michel Platini considerou que estas revelações de Blatter são “alegações ridículas”.

“Esta completa ‘fabricação’ é a última de uma série de tentativas para distrair toda a gente, desde que os problemas começaram a afetar a FIFA. São alegações ridículas, que não merecem resposta”, disse a mesma fonte à agência francesa.

Na mesma entrevista ao Volkskrant, Blatter acrescentou que se sentiu traído por Platini, com quem manteve uma relação “quase de pai para filho”.

“Trabalhou comigo durante quatro anos na FIFA, depois do Mundial de 1998, em França. Em 2007, assumiu a presidência da UEFA com a minha ajuda. Platini mudou e só ele pode saber o que se passa na sua cabeça”, disse o suíço.

A FIFA vive ‘mergulhada’ num escândalo de corrupção, divulgado após uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, segundo o qual vários dirigentes e ex-dirigentes do organismo estarão envolvidos em atos de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, cujos subornos poderão ascender a 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).

Michel Platini, e o empresário sul-coreano Chung Mong-joon, proprietário do grupo Hyundai, já manifestaram a intenção de se candidatar à presidência da FIFA.

/Lusa

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