A venda de uma tradução holandesa da biografia da família real britânica foi suspensa depois de dois membros da família real terem sido apontados como tendo expressado preocupação sobre a cor da pele do filho do Príncipe Harry e de Meghan Markle, quando esta estava grávida do primeiro filho, Archie.
Numa entrevista em 2021, Meghan contou a Oprah Winfrey que depois de o casal ter deixado funções na Família Real britânica e se ter mudado para a Califórnia, surgiram várias “preocupações e conversas sobre quão escura a pele do bebé poderia ser quando nascesse”.
O casal recusou-se então a indicar o nome de qualquer membro da Família Real britânica que tivesse estado envolvido na conversa.
Segundo a revista Time, a controvérsia ressurgiu em agosto, depois de o biógrafo real britânico Omid Scobie ter lançado o seu livro “Endgame: Inside the Royal Family and the Monarchy’s Fight for Survival“.
A versão inglesa do livro afirma que houve duas pessoas envolvidas nestas conversas, mas não identifica os membros da realeza que fizeram os comentários — segundo Scobie, devido a receio de represálias e de eventuais processos judiciais por difamação.
A revista Time decidiu também não indicar os nomes dos envolvidos, tal como o ZAP, e pelos motivos acima referidos.
No entanto, a tradução holandesa do livro, colocada à venda na passada terça-feira, revela um dos nomes — o que levou à suspensão das suas vendas e retirada de todos os exemplares das prateleiras.
Numa nota publicada no seu site, a editora da versão holandesa do livro explica que “foi forçada a retirar temporariamente o livro do mercado por ter ocorrido um erro na edição”, e que a biografia estaria disponível de novo nas livrarias no dia 8 de dezembro.
Numa entrevista na ITV, esta quinta-feira, Omid Scobie defendeu-se, dizendo que nunca referiu os nomes dos membros da realeza na versão em inglês do livro — a única versão em que trabalhou — e que não viu as traduções até serem lançadas.
Piers Morgan revela os nomes
Entretanto, aparentemente sem receio de qualquer ação judicial, o popular apresentador de televisão britânico Piers Morgan apontou no seu programa desta quarta-feira os nomes dos dois membros da realeza envolvidos nas conversas.
No programa em causa, Morgan interroga-se acerca do “erro de tradução” da edição holandesa. “Que erro de tradução? Dos nomes? Os nomes ou estão lá, ou não, não se traduzem. Foi um erro, mas não um erro de tradução.
Morgan clarifica que, até prova em contrário, não acredita nas alegações de que haja racismo na Família Real. Mas, diz o apresentador, “se na Holanda qualquer pessoa que tenha comprado o livro ficou a saber os nomes em causa, então nós aqui, que somos quem paga pela Família Real, temos o direito de saber”.
“Portanto”, diz o apresentador, “sem quaisquer pruridos, vou dizer os nomes, para que possamos debater o assunto”. E disse.
Na verdade, segundo a Newsweek, o apresentador arrisca mesmo uma ação legal.
A entrevista de Oprah com o casal real causou na altura grande controvérsia. Alguns dias mais tarde, em resposta a uma pergunta sobre se a família real era racista, o Príncipe William, irmão de Harry, garantiu que não havia qualquer sentimento racista na família. “Nós não somos de forma alguma uma família racista”, assegurou.
Numa entrevista posterior na ITV, Harry rejeitou a ideia de que em qualquer altura o casal tenha acusado a família de racismo, considerando que há uma diferença entre racismo e preconceito inconsciente.
Harry e Meghan afastaram-se das suas funções como membros da família real em 2020 e deixaram de ser membros da realeza.
O casal explicou na entrevista com Oprah que a imprensa sensacionalista e “preconceituosa” do Reino Unido, que Harry acusa de ter maltratado a mãe, a falecida Princesa Diana, foi uma das principais razões para terem tomado a decisão de se afastarem da Família Real britânica.
Então foi o rei Carlos e a princesa Catherine a comentar a cor…