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Bilionário quer construir Telosa, uma cidade de $400 mil milhões no deserto

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Bjarke Ingels Group

Telosa, a cidade utópica de Marc Lore.

Marc Lore quer construir uma cidade no deserto avaliada em 400 mil milhões de dólares. Os seus 5 milhões de cidadãos vão ter acesso a educação, saúde e transportes públicos, entre outras coisas.

O bilionário norte-americano quer a utopia de uma cidade moderna, em que o fosso entre os ricos e os pobres seja encurtado ao máximo. Marc Lore planeia chamar-lhe Telosa.

Embora haja atualmente cerca de 150 projetos para “cidades inteligentes”, Lore considera que nenhum deles aborda a questão das desigualdades.

Segundo a Fortune, forneceria a todos os cinco milhões de cidadãos uma frota de carros elétricos autónomos, agricultura interior, transporte público de alta velocidade, educação e saúde.

À medida que a cidade atrai investidores, qualquer dinheiro ganho pela fundação financiará diretamente todos os serviços sociais — pondo um ponto final aos impostos sobre a propriedade que o capitalismo tradicional exige, explica o All That’s Interesting.

Lore está à procura de mais de 800 quilómetros quadrados de terreno desocupado para começar a construir a cidade. Nevada, Utah, Idaho, Arizona, Texas e os Apalaches têm sido zonas sondadas.

A inspiração parte do economista político e jornalista norte-americano Henry George, que foi o representante mais influente dos defensores do Single Tax (imposto único) sobre a terra, com o intuito de “conformar os arranjos sociais com as leis naturais” e remediar a desigualdade de rendimento, o desemprego e as crises económicas que surgem paradoxalmente com o progresso económico.

Em 1904, Lizzie Magie criou um jogo de tabuleiro chamado The Landlord’s Game para demonstrar as teorias de — mais tarde foi transformado no popular jogo de tabuleiro Monopólio.

Assim como George, Lore acredita que as pessoas e a sociedade é que criam o valor de um lote de terra sem valor — mas raramente recebem muito em troca.

“Se fosse para o deserto onde a terra não valia nada, ou muito pouco, e criasse uma fundação que possuía a terra, e as pessoas se mudassem para lá e o dinheiro dos impostos construísse infraestrutura e nós construíssemos uma das maiores cidades do mundo, a fundação pode valer um bilião de dólares”, disse Lore.

Telosa será construída de forma a que os seus cidadãos consigam chegar às escolas, locais de trabalho e locais de lazer apenas 15 minutos após saírem de casa.

A primeira fase do plano vai exigir 25 mil milhões de dólares e terá 50 mil pessoas a morar num bairro circular de seis quilómetros quadrados até 2030. Depois, nos próximos 40 anos, a cidade deverá expandir para uma população de 5 milhões, com um custo total de 400 mil milhões de dólares.

“A solução não é impostos mais altos. Isso é socialismo”, disse Lore, citado pela CNN. “Que a terra seja propriedade do povo! Mas de uma forma capitalista”.

Daniel Costa, ZAP //

5 Comments

    • Vou mais além e questiono apenas onde se vai buscar sustentabilidade para 5 milhoes no deserto sem esgotar reservas aquiferas que levaram milhões de anos a formar?
      Apenas nos EUA (e nos EAU) onde o ego acompanha a carteira se vê projectos megalomanos destes…

    • Não faz sentido comparar pequenos países, e altamente homogéneos, com um país da dimensão e diversidade dos EUA, especialmente tendo em conta as diferenças profundas que se verificam entre os vários Estados. As médias nos EUA tendem a ter pouco significado, com Estados a oscilar muito para cada lado da média. Faz mais sentido comparar Estados Americanos individualmente. Se olharmos para o HDI, há vários Estados Americanos à frente de praticamente todos os países Nórdicos (e do resto da Europa). Massachusetts tem um HDI à frente de todos os países Europeus com excepção da Noruega (com uma diferença de 0.001).

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