/

Biden quer virar a página dos “tempos de escuridão”. Trump diz que será o “pior pesadelo”

1

DNCC / EPA

Joe Biden, candidato do Partido Democrata na corrida à Casa Branca

O ex-vice-Presidente aceitou oficialmente, esta quinta-feira, representar os democratas na corrida à Casa Branca, prometendo virar a página do “medo” e a ultrapassar os “tempos de escuridão”.

“O atual Presidente mergulhou a América na escuridão demasiado tempo. Demasiada raiva, demasiado medo, demasiada divisão”, acusou Joe Biden, esta quinta-feira, na última noite da Convenção Democrata.

“Aqui e agora, dou-vos a minha palavra: se me confiarem a Presidência, farei sobressair o melhor de nós, não o pior. Serei um aliado da luz, não da escuridão”, acrescentou o candidato democrata. “Unidos, podemos derrotar estes tempos de escuridão“, instou.

O ex-vice-Presidente de Barack Obama salientou que este é “um dos momentos mais difíceis que os Estados Unidos já enfrentaram”, com crises sem precedentes, como a pandemia de covid-19, “a maior crise económica desde a Grande Depressão” e “o maior movimento pelos direitos civis desde os anos 60”.

Biden criticou a gestão da pandemia do seu rival, acusando-o de falhar “no seu dever mais básico para com os Estados Unidos”. “Ele não nos protegeu, e, meus compatriotas americanos, isso é imperdoável”, disse Biden no discurso em que aceitou a nomeação democrata.

“O Presidente continua a dizer-nos que o vírus vai desaparecer. Ainda está à espera de um milagre”, acusou Biden, prometendo lançar uma estratégia nacional para combater a pandemia “no primeiro dia” do seu mandato. “A nossa economia nunca recuperará até lidarmos com este vírus“, defendeu.

O candidato assegurou, ainda, que a sua eleição garantiria os direitos dos desempregados, das vítimas da pandemia e “das comunidades que conheceram a injustiça de um joelho no pescoço”, em alusão ao homicídio do afro-americano George Floyd, que originou protestos em massa no país e no mundo contra o racismo e a violência policial.

A ser eleito, Biden, com 77 anos, seria o Presidente mais velho de sempre. A seu lado nas eleições de 3 de novembro estará a senadora da Califórnia, Kamala Harris, terceira mulher a ser designada como candidata a vice-Presidente nos EUA, depois da democrata Geraldine Ferraro, em 1984, e da republicana Sarah Palin, em 2008, que não foram eleitas.

Depois do discurso de Biden, o Presidente republicano não perdeu tempo a responder ao seu adversário. “Em 47 anos, o Joe não fez nenhuma das coisas de que agora fala. Nunca vai mudar, são só palavras!“, escreveu Trump na sua conta do Twitter.

Donald Trump fez ainda outras críticas a Biden, numa entrevista que coincidiu com o último dia da Convenção Nacional Democrata, transmitida pela Fox. Na entrevista, o Presidente norte-americano previu que, caso o democrata seja eleito, destruirá a economia.

“Os impostos vão duplicar ou triplicar (…), vão aniquilar este país e a economia“, afirmou Trump, pouco antes de Biden fazer o discurso de aceitação.

“Se querem imaginar a vida sob a Presidência de Biden, imaginem as ruínas fumegantes de Minneapolis, a violenta ilegalidade de Portland e as calçadas ensanguentadas de Chicago em todas as cidades da América”, acrescentou o Presidente, citado pela AFP.

Quanto às críticas de que o seu Governo dividiu o país, Trump disse que não teria sido eleito se não tivesse havido má gestão por parte do seu antecessor, Barack Obama. “Ninguém se lembra de como este país estava dividido com Obama”, acusou.

Trump reiterou, também, que haverá uma fraude maciça nas eleições, invocando os votos pelo correio. “É um desastre, estão a enviar 51 milhões de votos pelo correio para pessoas que nem sequer os pediram (…). Podem estar mortos, quem sabe“, acusou o republicano, insistindo que “esta é a eleição mais fraudulenta da história” dos EUA.

Há semanas que Trump tem vindo a fazer campanha contra o voto por correio, uma prática que as autoridades de uma dúzia de estados estão a promover como uma medida extraordinária face à pandemia.

Trump deu a entender que o envio “indiscriminado” de votos é uma estratégia da oposição, dizendo ser uma prática que ocorre “em áreas democráticas e não republicanas”.

ZAP // Lusa

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.