O presidente dos EUA, Joe Biden, considerou a cimeira da NATO, realizada esta segunda-feira em Bruxelas, um dia “incrivelmente positivo”, naquela que foi a sua primeira deslocação internacional desde que tomou posse.
Joe Biden destacou, durante a conferência de imprensa no final da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que ficou demonstrado ao povo e ao mundo que a democracia ainda pode prevalecer perante os desafios atuais e responder às necessidades das pessoas.
E acrescentou, citado pela agência EFE, que cabe às nações democráticas demonstrar ao mundo que as autocracias não podem suprir essas necessidades aos seus povos.
O governante norte-americano alertou, no entanto, que os membros da NATO devem erradicar a corrupção, o ódio e o “falso populismo” e investir no fortalecimento das instituições que salvaguardam os valores democráticos.
O presidente norte-americano denunciou também os “atos agressivos da Rússia” e insistiu na sua vontade, e da NATO, em “apoiar a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”, noticia a AFP.
O presidente dos Estados Unidos prometeu também que vai indicar a Vladimir Putin quais são as suas “linhas vermelhas”, quando se encontrar com o homólogo russo em Genebra na quarta-feira.
“Não estou à procura de um conflito com a Rússia mas vamos responder caso a Rússia continue com a atividades nocivas, não falharemos na defesa da Aliança transatlântica”, afirmou num discurso de equilíbrio entre a oferta de cooperação e a ameaça de uma resposta, citado pelo Expresso.
“Vou deixar claro ao presidente Putin que há áreas em que podemos cooperar se ele assim o entender. E se ele escolher não cooperar e continuar a agir da mesma forma relativamente à cibersegurança, então vamos responder”, continuou.
É a primeira vez que os dois se vão encontrar desde que Biden está à frente da Casa Branca.
Sobre o futuro de Alexei Navalny, Biden diz que uma eventual morte “seria uma tragédia” e mais um “indicador de que a Rússia não tem qualquer intenção” de respeitar os direitos humanos básicos fundamentais.
O encontro em Genebra entre os dois presidentes encerra a viagem de Biden à Europa e é também um dos momentos aguardados com maior expectativa.
Erdogan diz que cimeira com Biden foi “produtiva e sincera”
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou esta segunda-feira que manteve uma reunião bilateral “muito produtiva e sincera” com o seu homólogo dos EUA, Joe Biden.
“Devo dizer que mantivemos uma reunião muito produtiva e sincera”, declarou Erdogan em conferência de imprensa em Bruxelas, acrescentando que “nenhum problema nas relações entre a Turquia e os EUA é inultrapassável”.
Em declarações prévias, Biden também se referiu a uma reunião “muito, muito boa” com o homólogo de Ancara.
A Casa Branca adiantou previamente que Biden manteria conversações com Erdogan sobre Irão, Síria e Nagorno-Karabakh, e ainda a função que a Turquia pode desempenhar para impulsionar as negociações e a diplomacia no Afeganistão.
Vacinas, clima e comércio
Esta terça-feira, os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se em Bruxelas com o Presidente norte-americano, Joe Biden, na qual Bruxelas e Washington tentarão compromissos sobre vacinas anticovid-19, metas climáticas e comércio.
Joe Biden representa a administração norte-americana enquanto a UE estará representada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Em cima da mesa está, principalmente, a pandemia de covid-19, nomeadamente no que toca à suspensão temporária de patentes dos fármacos para facilitar a produção, área na qual é notório o desacordo entre os dois blocos.
No início deste mês de junho, a UE apresentou propostas para um acordo multilateral na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre maior oferta de vacinas anticovid-19, propondo “licenças obrigatórias” nacionais, mas sem apoiar o levantamento das patentes sugerido pelos Estados Unidos.
Em causa está a iniciativa lançada pela Índia e pela África do Sul em outubro de 2020 no seio da OMC com vista à suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19, à qual Joe Biden deu o seu apoio no início de maio.
Já defendido por ambos os lados do Atlântico é a partilha de vacinas com os países de baixo rendimento (através do mecanismo COVAX), tendo cada bloco contribuído já com três mil milhões de euros.
Na área climática, e dado o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris contra as alterações climáticas, esperam-se nesta cimeira avanços para uma abrangente agenda ‘verde’ transatlântica, com um compromisso conjunto para a neutralidade carbónica até 2050.
Em termos comerciais, Bruxelas e Washington têm a maior relação comercial bilateral do mundo, mas que nos últimos anos, com Donald Trump à frente da administração norte-americana, ficou marcada pela imposição de tarifas retaliatórias, de 25% sobre as importações de aço da UE e de 10% sobre o alumínio.
Com a chegada de Joe Biden, a situação mudou, tendo sido já anunciados compromissos para a suspensão de pesadas tarifas retaliatórias impostas após ajudas públicas à aviação e ainda para acabar com as disputas comerciais no seio da Organização Mundial do Comércio, que implicaram inclusive tarifas às importações de aço.
ZAP // Lusa