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Biden afasta conflito com China, mas “vai haver concorrência extrema”. Sanções ao Irão mantêm-se

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jlhervàs / Flickr

O novo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse este domingo que a rivalidade com a China vai traduzir-se numa “concorrência extrema”, mas assegurou que quer evitar qualquer conflito entre as duas potências mundiais.

Numa entrevista à televisão norte-americana CBS, de que foram divulgados apenas excertos, Biden diz que ainda não falou com o homólogo chinês, Xi Jiping, mas frisou não ter “nenhuma razão para não lhe telefonar” e que “há muito para falar”.

“Ele é muito inteligente, é muito duro. Ele não tem – e não digo isto como uma crítica, é apenas a realidade -, ele não tem um grama de democracia em si”, acrescentou o Presidente norte-americano na entrevista, que será divulgada ainda este domingo.

“Sempre lhe disse que não precisamos de ter um conflito. Mas vai haver uma concorrência extrema. E não o vou fazer da maneira que ele sabe. E é por isso que ele também está a enviar sinais. Não o vou fazer da maneira que Trump o fez. Vamos concentrar-nos nas regras internacionais”, acrescentou.

A China é considerada por Washington como o seu principal adversário estratégico.

Apesar disso, no seu primeiro discurso sobre política externa, na semana passada, Joe Biden foi relativamente vago quanto ao assunto, prometendo apenas estar disposto a enfrentar “o avanço do autoritarismo, em particular as ambições crescentes da China”.

Biden disse então também que se vai empenhar, sem precisar, em “contrariar os abusos económicos da China” e os seus “atos de agressão” e que vai defender os direitos humanos, embora esteja determinado a trabalhar com Pequim “quando isso for do interesse dos Estados Unidos”.

Relações com o Irão

Os Estados Unidos manterão as sanções contra o Irão enquanto este país do Médio Oriente não respeitar os compromissos assumidos sobre o acordo nuclear, afirmou este domingo o Presidente norte-americano, Joe Biden, numa entrevista à televisão CBS.

Questionado pela CBS sobre a possibilidade de suspender as sanções para convencer Teerão a voltar à mesa das negociações para salvar o acordo nuclear com o Irão, Joe Biden respondeu prontamente: “Não”.

Segundo um trecho desta entrevista, a qual será transmitida integralmente esta tarde, a jornalista questionou Biden se os iranianos devem primeiro “deixar de fazer o enriquecimento do urânio” e o Presidente anuiu com um sinal de cabeça.

Em 2015, após longas negociações, os EUA concluíram um acordo com o Irão com o intuito de impedir que este país pudesse adquirir uma bomba atómica.

Várias potências mundiais (China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido) também assinaram este documento, então ratificado pela ONU.

Contudo Donald Trump retirou Washington desse acordo três anos depois, julgando que era insuficiente ao nível nuclear e também para conter as outras “atividades desestabilizadoras” desta República islâmica.

O ex-Presidente restabeleceu e endureceu todas as sanções contra o Irão que tinham sido levantadas em troca dos compromissos nucleares, tendo Teerão, por sua vez, começado a cair no incumprimento dessas restrições.

Joe Biden prometeu voltar ao acordo nuclear, na condição de que o Irão renuncie aos seus compromissos.

No entanto, os líderes iranianos afirmaram também hoje que os Estados Unidos precisam “suspender totalmente” as sanções e só depois respeitarão novamente as restrições impostas ao seu programa nuclear.

ZAP // Lusa

 

1 Comment

  1. Falta apenas dizer o que vai acontecer relativamente ao bloqueio de que a HUAWEI foi alvo.

    As consequências do bloqueio à HUAWEI vão ser brutais. Abriu os olhos da China para uma fragilidade da sua economia: A dependência em algumas áreas chave, dos EUA.

    O que os EUA sem querer fizeram, foi acelerar um processo de mudança da economia Chinesa que não terá retrocesso. Por aquilo que se vai ouvindo, a máquina chinesa foi posta em movimento e sem olhar a meios para que coisas desta natureza não voltem a acontecer.

    Tenho a certeza que dentro de 10 anos e a reboque de coisas sem sentido como o bloqueio da HUAWEI , a China será um animal bem diferente e muito mais perigoso.

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