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SL Benfica 1-1 CD Nacional | Insulares apagam a luz às “águias”

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Manuel de Almeida / EPA

Chiquinho no jogo frente ao Nacional

O Benfica voltou a escorregar e soma três jogos consecutivos sem vencer após o empate no Dragão e a derrota diante do Braga. Na tarde desta segunda, a equipa de Jorge Jesus não foi além de um empate a um golo na recepção ao Nacional, num embate relativo à 15.ª jornada do campeonato.

Chiquinho abriu as contas aos 14’, mas Rochez, aos 47’, assinou o resultado final. Os comandados de Luís Freire, que na Liga NOS tinham perdido seis dos últimos encontros que fizeram, somaram um precioso ponto na luta pela manutenção, já os lisboetas, que somavam 13 triunfos de rajada ante o Nacional, o último dos quais terminou em 10-0, poderão ver o FC Porto isolar-se na vice-liderança e o Sporting fugir ainda mais na primeira posição.

O jogo explicado em números

  • Tal como Jorge Jesus confirmou na véspera, durante a Conferência de Imprensa, Svilar substituiu Vlachodimos e Helton Leite, dupla infectada com a Covid-19, na baliza. Ainda relativamente ao “onze”, e tendo como ponto de referência o desaire ante o Braga nas meias-finais da Taça da Liga, saíram da equipa Todibo e Taarabt, tendo entrado Svilar, Ferro e Chiquinho.
  • De recordar que Gilberto, Vertonghen, Grimaldo, Nuno Tavares, Diogo Gonçalves, Otamendi, Helton Leite, Odysseas, Luca Waldschimidt e Everton estão todos infectados com o Covid-19. Do lado insular, e face ao desaire frente ao Vitória de Guimarães, saltaram das opções iniciais Riascos, Lucas Kal, João Vigário, Azouni e Camacho e entraram Rui Correia, Witi, Thill, Kozielo e Róchez.
  • Pedrão fez jus à alcunha e travou um remate perigo de Chiquinho logo ao minuto quatro. E quatro volvidos, o Benfica ainda chegou a festejar depois de um remate de Chiquinho, mas o lance foi anulado pelo árbitro Rui Costa após auxílio do VAR. João Ferreira, que fez o cruzamento, estava 19 centímetros adiantado.
  • Mas à terceira foi mesmo de vez. Decorriam 14 minutos, Pizzi descobriu Chiquinho na zona do segundo poste e este cabeceou de forma certeira, abrindo a contagem. Foi o primeiro golo do número 19 nesta edição da Liga NOS e o sexto em 50 jogos oficiais de “águia” ao peito. Nesta fase, os “encarnados”, além da vantagem, tinham 65% da posse, dois remates, um canto e 92 passes trocados (eficácia de 89%), ao passo que os insulares acumulavam 34% da posse, nenhum remate e 57 passes registados (eficácia de 77%).
  • Apenas à meia-hora o Nacional conseguiu finalizar um lance, com Gorré a atirar à figura de Svilar. Chiquinho, com dois disparos, um golo – Expected Goals (xG) de 0,5 -, um passe valioso, 19 acções com a bola, sendo que três delas foram na área adversária e quatro recuperações, era o elemento em destaque com um GoalPoint Rating de 6.5. Nos forasteiros, Pedrão era o melhor e amealhava um rating de 5.7.
  • Intervalo Ao cabo dos primeiros 45 minutos, a vantagem era “encarnada” e foi construída muito por aquilo que a equipa de Jorge Jesus fez no primeiro quarto-de-hora – actuando com intensidade, triangulações constantes, rapidez e objectividade, marcou no segundo remate que fez, o primeiro enquadrado -, e deixou de fazer após ter inaugurado o “placard”, voltando ao “mood” de conjunto previsível e parco em ideias que tem demonstrando em muitas das partidas que realizou esta temporada. Já o Nacional, que chegou à Luz, com quatro desaires consecutivos em todas as competições, apenas por uma vez teve a capacidade de incomodar a baliza adversária. Nesta altura, o MVP era Chiquinho, com um GoalPoint Rating de 6.5. O autor do golo, esteve sempre envolvido nas melhores oportunidades criadas pelas “águias” e teve uma eficácia de passe de 82% (quatro falhados em 22 tentados), 27 acções com o esférico e quatro recuperações atingidas.
  • Logo a abrir a etapa complementar chegou o empate. Na cobrança de um canto curto, a bola chegou a Gorré, que centrou, e Róchez, solto na zona do segundo poste, cabeceou e decretou o 1-1. Foi o segundo tento do hondurenho no campeonato e o 15º que os benfiquistas consentiram na prova.
  • Daniel Guimarães agigantou-se (ainda) mais aos 65 minutos e travou um tiro disparado por Gonçalo Ramos, que tinha entrado em campo minutos antes, substituindo o desinspirado Darwin Núñez. Foi apenas o segundo remate dos anfitriões nesta segunda parte, o primeiro enquadrado. Róchez ripostou, mas falhou no alvo aos 72 minutos, foi a sexta tentativa no emblema visitante, contra as oito do Benfica.
  • Numa situação de raro perigo nas imediações da área nacionalista, a sete minutos dos 90, Taarabt ofereceu o 2-1 a Seferovic, mas o avançado suíço, com a baliza à mercê, não conseguiu desfeitear o guardião adversário.
  • É certo que o Benfica ficou sem poder contar com dez elementos, mas nem isso poderá explicar (mais) uma “performance” frouxa e cinzenta da equipa, que apenas teve algum brilho nos primeiros 15 minutos. Nas quatro rondas, os vice-campeões deixaram voar seis pontos. O Nacional foi ganhando confiança com o decorrer das incidências e conseguiu sair de Lisboa com um empate, o segundo na prova, que dá outro alento no campeonato da manutenção.

O melhor em campo GoalPoint

Pizzi voltou a destacar-se e foi o melhor jogador em campo, e registou o melhor GoalPoint Rating, um 6.9. O médio, que iniciou o encontro na zona central e que depois passou para o corredor direito face à entrada de Taarabt, realizou o passe decisivo que abriu o caminho para o golo de Chiquinho. Além da assistência, gizou um remate, quatro passes ofensivos para finalização, três passes valiosos, 71 acções com a bola, seis recuperações e duas acções defensivas no meio-campo adversário.

Jogadores em foco

  • Rui Correia 6.3 – Exibição positiva do defesa-central, que abandonou o jogo aos 81 minutos, lesionado, mas mesmo assim conseguiu ser o melhor da equipa visitante. Dos seus números, destaque para os cinco duelos aéreos defensivos que ganhou em seis tentados, cinco recuperações, quatro intercepções, oito alívios e três remates bloqueados, nestes dois itens foi mesmo o melhor de todos os que estiveram em campo.
  • Cervi 6.3 – Foi dos melhores na derrota contra o Braga e desta feita voltou a estar em bom plano. Assumiu a responsabilidade, tendo feito cinco cruzamentos, dois passes para finalização, 112 acções com a bola (máximo no encontro), 12 recuperações, dois desarmes, quatro intercepções e três acções defensivas no meio-campo do Nacional.

Tiago Petinga / Lusa

Cervi

  • Chiquinho 6.2 – Começou o jogo a todo o gás, primeiro ameaçou, depois marcou, a jogada foi anulada e, no final, acabou mesmo por festejar. Não foi brilhante, mas deixou a certeza de que merece mais oportunidades. Realizou duas variações de flanco, quatro acções com a bola na área contrária (máximo na partida), oito recuperações e quatro intercepções.
  • Rafa 6.1 – Um “tiro nos pé” de Jorge Jesus ao tirar o extremo aos 59 minutos. O campeão europeu não estava a ser demolidor, mas era dos poucos que conseguia imprimir velocidade. Até sair, teve um remate enquadrado, quatro passes valiosos, acertou dois dos três dribles que fez e acumulou cinco acções defensivas no meio-campo do Nacional, um máximo esta tarde.
  • Pedrão 6.1 – Secou os avançados do Benfica, ao todo ditou leis nas alturas – três duelos defensivos aéreos ganhos em quatro em que interveio -, sete recuperações de bola, quatro intercepções, três alívios e três faltas sofridas.
  • Seferovic 4.0 – Passou literalmente ao lado da partida. Nunca atinou com aquilo que a equipa precisava e obteve a pior nota entre todos os jogadores que estiveram em cena no palco da Luz. Os números dizem que o suíço foi autor de quatro remates – Expected Goals (xG) de 0,8 -, teve sete acções com a bola dentro da área contrária, venceu quatro dos dez duelos aéreos ofensivos que protagonizou, registou 21 perdas de posse, cinco maus controlos de bola, sofreu dois desarmes e cometeu quatro faltas. Aos 83 minutos, com tudo para marcar, não conseguiu acertar com a baliza…

Resumo

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