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Benfica vs Rio Ave | Reviravolta de Reis

Miguel A. Lopes / Lusa

No primeiro jogo de Bruno Lage como treinador interino, o Benfica regressou aos triunfos na Liga NOS. Mas não se livrou de um susto.

O Rio Ave chegou a estar a vencer por 2-0, valendo aos homens da casa a reacção forte que começou ainda na primeira parte, terminando com uma vitória por 4-2.

Com um futebol assente num 4-4-2, com João Félix nas costas de Haris Seferovic, os “encarnados” demoraram a definir o seu futebol, mas quando o conseguiram, mostraram qualidade, fluidez e desenvoltura de processos, justificando o triunfo.

Destaque para o facto de todos os golos da partida terem surgido em lances de bola corrida e com assistências, fruto do bom futebol apresentado por ambas as equipas.

O Jogo explicado em Números

  • Primeiro quarto-de-hora de alguma hesitação no futebol do Benfica, a surgir num esquema de 4-4-2, com João Félix nas costas de Seferovic e a descer bastante à procura da bola. O novo esquema implementado por Bruno Lage  permitia pressão em zonas adiantadas do terreno e domínio, com 71% de posse de bola, mas apenas dois remates, ambos enquadrados.
  • Porém, quem marcou primeiro foi o Rio Ave. Num lance de insistência, aos 17 minutos, Galeno cruzou da direita e Gabrielzinho surgiu de rompante a finalizar na pequena área. Um golo ao terceiro remate dos visitantes, primeiro enquadrado. E o segundo não demorou a surgir. Aos 20 minutos, Matheus Reis cruzou da esquerda e Bruno Moreira saltou mais alto que todos para cabecear com êxito.
  • O Benfica via-se em clara desvantagem em pouco tempo, mas não se desorientou e reagiu. Aos 27 minutos, Álex Grimaldo cruzou rasteiro da esquerda, João Félix deixou a bola passar por baixo das pernas e esta chegou a Seferovic. O suíço, com um toque subtil, fugiu ao marcador directo e atirou para o 2-1.
  • A meia-hora chegou com um jogo intenso e de qualidade, com emoção e o Benfica a mandar, com 63% de posse, cinco remates, três enquadrados. E ao sexto disparo os “encarnados” empataram mesmo. Excelente trabalho de Seferovic na área, a ganhar em força a dois adversários e a cruzar para João Félix, que dominou e “fuzilou” Léo Jardim.
  • Excelente jogo de Gabrielzinho. O extremo-esquerdo do Rio Ave estava a ser uma dor de cabeça para a defesa do Benfica, com velocidade que ninguém conseguia acompanhar, sentido posicional, técnica e um golo, para além de três dribles eficazes em três tentativas.
  • Primeira parte de qualidade na Luz. O Benfica, com cara nova sob o comando de Bruno Lage, demorou a definir o seu jogo e chegou a estar a perder por 2-0, mercê de uma excelente exibição do Rio Ave.
  • Obrigado a reagir, foi isso mesmo que o Benfica fez, marcando dois golos e mostrando um futebol cada vez mais solto e fluído, com os dois homens da frente, Seferovic e João Félix, em plano de evidência e a marcarem.
  • O suíço foi mesmo o melhor do primeiro tempo, com um GoalPoint Rating de 7.5, fruto não só do excelente golo que marcou, mas também da assistência para o 2-2 e das duas tentativas de drible completas.
  • O segundo tempo começou com o Benfica no ataque e Grimaldo quase a marcar um golo “à Messi”. O espanhol fintou tudo e todos, isolou-se e, à saída de Jardim, atirou ao poste direito da baliza do Rio Ave. A resposta surgiu por Galeno, aos 57 minutos, com um belo lance individual e remate em zona frontal para defesa de Odysseas Vlachodimos.
  • A hora de jogo chegou com o Benfica a mandar na partida, com 62% de posse de bola desde o intervalo e dois remates, mas nenhum enquadrado. Os vilacondenses mostravam-se, ainda assim, afoitos, com quatro disparos na segunda parte, dois deles com boa direcção. Os visitantes ameaçavam o golo, mas foi o Benfica a marcar.
  • Decorria o minuto 64, o recém-entrado Zivkovic cruzou rasteiro da esquerda e João Félix surgiu na pequena área a fazer um pequeno desvio, o suficiente para bater Léo Jardim. O jovem benfiquista bisava na partida, no seu terceiro remate, todos enquadrados, ao nono disparo do Benfica no jogo, quinto com boa direcção. Estava consumada a reviravolta.
  • E o 4-2 não demorou. Aos 70 minutos, uma rápido contra-ataque conduzido por Zivkovic, Pizzi e Seferovic terminou num excelente golo do suíço, o seu segundo no jogo, aproveitando o balanceamento ofensivo contrário.
  • Seis golos na Luz, todos de bola corrida e todos com assistências. Um facto pouco comum, mas que atesta a qualidade do jogo das duas equipas, com futebol de ataque de parte a parte e em busca do golo. Por volta dos 80 minutos, as duas formações apresentavam eficácias de passe apreciáveis – o Benfica com 81%, o Rio Ave com 84%.
  • O resultado não viria a sofrer mais alterações, apesar da pressão do Rio Ave atrás do prejuízo e dos espaços de que o Benfica passou a beneficiar após o quarto golo. No final, 11 remates para o Benfica e dez deles a surgirem dentro da grande área contrária, fruto, essencialmente, da pressão muito alta da equipa e dos muitos jogadores que conseguiu colocar na grande área visitante.

O Homem do Jogo

Grande jogo de Seferovic, talvez a melhor com a camisola do Benfica deste ponta-de-lança. O suíço beneficiou sobremaneira com a qualidade e movimentação de João Félix, a arrastar os defesas contrários, e aproveitou da melhor forma para marcar dois golos e realizar uma assistência. O GoalPoint Rating de 8.4 reflecte, igualmente, os dois passes para finalização que realizou e os dois dribles que tentou e completou, para além dos três remates realizados – dois deles enquadrados.

Jogadores em foco

  • Álex Grimaldo 7.1 – O espanhol está em grande forma. Mais uma vez foi um dos melhores em campo (neste caso registou o segundo melhor rating), com uma assistência e cinco dribles completos em…. cinco tentativas. Destaque para um lance na segunda parte em que fintou toda a defesa do Rio Ave, antes de atirar ao poste.
  • Pizzi 6.7 – Não tão explosivo como em outras partidas, o médio voltou, no entanto, a fazer mais um grande jogo. Uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas em quatro passes para finalização e 91 acções com bola (máximo da partida) dizem muito da prestação do organizador de jogo.
  • João Félix 6.5 – O “puto” voltou a ser titular, desta feita no eixo do ataque, nas costas do ponta-de-lança (e não a extremo como até aqui). E não desiludiu, com dois golos marcados (o segundo com um toque de classe) em três remates (todos enquadrados). A simulação no lance do 2-1 foi “meio golo”.
  • Wenderson Galeno 6.4 – Grande jogador este extremo brasileiro, como tem, aliás, demonstrado ao longo de toda a época. Não marcou, é certo, mas foi sempre uma dor-de-cabeça para a defesa do Benfica, com um registo de uma assistência em dois passes para finalização e quatro dribles completos em cinco tentativas.
  • Gabrielzinho 5.8 – O jovem brasileiro, de 22 anos, foi uma autêntica seta apontada à baliza do Benfica. Para além do golo que marcou, enquadrou os dois remates que fez, completou os 16 passes que tentou e teve sucesso em três de cinco tentativas de drible.

Resumo

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