/

Benfica vs AEK | Grimaldo de luxo no adeus à Champions

Mário Cruz / Lusa

O Benfica fechou a sua participação no Grupo E da Liga dos Campeões com uma vitória, a segunda da temporada no adeus à prova, e frente ao mesmo adversário com que alcançara o primeiro triunfo, o AEK de Atenas.

A formação lusa venceu por 1-0, golo de Álex Grimaldo de livre directo, perto do fim, num encontro mal jogado, mas que teve uma “águia” mais acutilante e muito rematadora na segunda parte, altura em que justificou mais golos. Destaque para Seferovic, que acertou por duas vezes nos ferros gregos e foi o mais inconformado, na linha da frente.

O Jogo explicado em Números

  • Primeiro quarto-de-hora de pouca emoção, com o AEK à espera de um dominador Benfica (70% de posse de bola), mas sem ideias para criar lances de ruptura, nem mesmo no meio-campo mais recuado dos gregos. Nesta fase apenas um remate, desenquadrado, e para as “águias”, mas já cinco cantos para os portugueses.
  • Nada de significativo a assinalar à passagem da meia-hora, excepção feita para a boa qualidade de passe dos “encarnados”. O Benfica registava, nesta altura, 89% de eficácia nas entregas, para além de sete cantos e 11 cruzamentos de bola corrida. Contudo, dos quatro remates realizados, apenas um levou a direcção da baliza de Vasilios Barkas.
  • Gregos muito recuados e sem mostrar ambição ofensiva. Os espaços não abundavam e o Benfica limitava-se a uma espécie de carrossel, que lhe permitia ter 90% de eficácia de passe a cinco minutos do intervalo. Nesta fase, o AEK somava apenas uma acção com bola na grande área benfiquista, por Lucas Boyé.
  • O lance de maior emoção na primeira parte aconteceu aos 44 minutos, quando Seferovic fugiu à concorrência e rematou forte, mas a bola saiu ao lado. Este foi o primeiro disparo do suíço, a quem não chegavam bolas em condições.
  • Jogo muito pobre na Luz. Só deu Benfica, é certo, com muito mais bola, eficácia de passe, remates, mas poucas ou nenhuma ocasiões de golo.
  • O resultado acaba por reflectir isso mesmo, a atitude totalmente defensiva dos gregos e a incapacidade benfiquista para criar lances de perigo, não conseguindo sequer passar regularmente a última linha do meio-campo contrário.
  • O melhor nesta fase era Pizzi, com um GoalPoint Rating de 6.0, com três passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em quatro, 90% de eficácia nas entregas e dois dribles completos.
  • Jogo um pouco mais movimentado no arranque do segundo tempo, com o Benfica sempre no comando das operações e a atacar com mais velocidade. Aos 63% de posse os homens da casa juntavam três remates nos primeiros 15 minutos, todos desenquadrados, e continuava o “festival” de cantos, com três desde o intervalo.
  • Aos 63 minutos, e na sequência de um canto da direita, o AEK quase marcou, com Marios Oikonomou a saltar mais alto que todos e a cabecear, com a bola a sair rente ao poste direito da baliza de Odysseas Vlachodimos. Na resposta foi Seferovic a obrigar Barkas a uma grande defesa.
  • Aos 71 minutos, Seferovic cabeceou à barra da baliza do AEK, após grande cruzamento de Zivkovic da esquerda, no lance mais perigoso da partida. Nesta fase o Benfica registava 62% de posse de bola, quatro remates (um enquadrado) na segunda parte. E aos 72 minutos, também Grimaldo teve o golo nos pés, mas sem conseguir converter.
  • O espanhol era, nesta fase, o melhor em campo, com um rating de 7.4.
  • Barkas negou a Gedson, isolado, o 1-0, com uma tremenda intervenção aos 80 minutos. Cheirava a golo perto da baliza do AEK, numa altura em que os “encarnados” somavam 11 remates no segundo tempo, seis enquadrados.
  • Konstantinos Galanopoulos, aos 87 minutos, foi expulso por duplo amarelo, após fazer falta sobre Gedson junto à sua grande área. E na sequência do livre directo surgiu o golo que se adivinhava. Grimaldo, ao seu jeito, cobrou o lance de forma irrepreensível para o 1-0, ao 15º remate no segundo tempo, sétimo enquadrado.

O Homem do Jogo

O Benfica não fez um grande jogo, mas teve em Grimaldo um elemento bem acima da média em relação à qualidade apresentada pelas duas equipas.

O espanhol fez o único golo da partida, de livre directo, terminando o jogo com um GoalPoint Rating de 9.4. Uma nota altíssima, mesmo para os padrões Champions, fruto de um conjunto de acções de grande nível, muito para além do golo.

O lateral foi o jogador, a par de Seferovic, com mais remates, nada menos que cinco, quatro deles enquadrados, completou 91% das entregas, fez um passe para finalização e ainda completou três de quatro tentativas de drible.

Foi também o elemento com mais acções com bola, 113 (o segundo, André Almeida, somou 83), e ainda fez cinco desarmes.

Jogadores em foco

  • Haris Seferovic 7.2 – Excelente partida do suíço, muito em jogo durante toda a partida, em especial na segunda parte, altura em que a bola lhe começou a chegar com mais frequência e qualidade. O avançado fez cinco remates, só enquadrou dois, mas acertou duas vezes nos ferros, e ainda criou uma ocasião flagrante de golo e completou dois dribles.
  • Vasilios Barkas 7.1 – O melhor dos gregos foi o seu guarda-redes, em especial pelo muito trabalho que teve na segunda parte, altura em que o Benfica enquadrou oito remates de um total de nove com boa direcção. Barkas terminou o jogo com sete defesas, três a remates na sua grande área, e travou dois disparos aos ângulos superiores.
  • Andrija Zivkovic 6.8 – O sérvio entrou na primeira parte para o lugar do lesionado Rafa e mexeu com o jogo, devido à sua movimentação imprevisível. O extremo criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, teve sucesso em dois de quatro cruzamentos e fez dois remates, um enquadrado.
  • Alfa Semedo 6.3 – No lugar habitualmente ocupado por Fejsa, à frente da defesa, Semedo fez um jogo competente, com destaque para as 11 recuperações de posse. Mas fez mais do que isso: completou as duas tentativas de drible, ganhou os três duelos aéreos defensivos (e dois de três ofensivos) e somou dez acções defensivas.
  • Gedson Fernandes 6.3 – Jogo esforçado do médio benfiquista, a dar intensidade à equipa nos momentos ofensivos. A ocasião flagrante desperdiçada acaba por afectar um pouco o seu rating, mas terminou com três remates, um passe para finalização, dois de três duelos eficazes e ainda registou dois bloqueios de cruzamento.

Resumo

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.