O Benfica conquistou hoje o 33.º título de futebol da sua história ao vencer o Olhanense por 2-0, numa partida em que só a 33 minutos do fim conseguiu o golo que lhe abriu as portas do título.
Na Luz, foi preciso quase uma hora, mais precisamente 57 minutos, para o Benfica chegar ao golo frente ao “lanterna vermelha” do campeonato, demora que fez aumentar a atmosfera de ansiedade que se estendia do público aos jogadores.
O momento crucial da partida foi o minuto 57, quando o Benfica numa rápida transição defensiva, após perda de bola no meio-campo algarvio, abriu o marcador por Lima, após remate de Gaitán que o guarda-redes Belec rechaçou para a frente.
O Benfica poderia ter marcado muito antes, em ataque organizado, sobretudo no primeiro quarto de hora, mas por precipitação, ansiedade, alguma infelicidade, não conseguiu e, a partir de certa altura, a ansiedade começou a afetar os seus jogadores.
De resto, não foi por acaso que o segundo golo, três minutos após o primeiro, também surgiu num lance de contra-ataque, numa rápida transição, após uma perda de bola de Obodo, que ficou a reclamar falta, em que Lima finalizou, desta vez com a felicidade que faltara antes, visto que a bola passou entre as pernas de Belec e entrou devagar na baliza.
A vitória do Benfica nunca esteve em causa, era uma questão de tempo, tendo em conta a diferença de capacidade individual e coletiva entre as duas equipas, mas o Olhanense, bem organizado e concentrado, teve o mérito de a tornar mais difícil e, por isso, mais saborosa.
Na primeira parte, o Benfica entrou com tudo, a colocar intensidade e velocidade no jogo, decidido a marcar cedo e resolver logo a questão do título, entrada essa que se traduziu em três oportunidades flagrantes de golo nos primeiros dez minutos.
Ao terceiro minuto, Rodrigo driblou um adversário, foi à linha e ofereceu o golo de bandeja a Gaitán, cujo remate foi salvo quase sob o risco fatal por um defesa de Olhão, e aos seis foi o próprio Rodrigo a falhar incrivelmente à entrada da grande área uma bola aparentemente fácil de finalizar, após assistência de Garay, de cabeça, nas alturas.
O golo encarnado parecia uma mera questão de mais minuto menos minuto. O Olhanense sentiu muitas dificuldades em acompanhar o ritmo forte imposto pelo Benfica desde o apito inicial e à passagem do minuto dez foi a vez de Lima desperdiçar um golo certo feito, na sequência de uma bela combinação entre Rodrigo e Gaitán.
Mas a partir de certa altura os jogadores do Benfica começaram a dar sinais de ansiedade e a cometerem erros por evidente precipitação no momento de definir a última ação, fosse o passe, o cruzamento, a tabela ou o remate.
O Olhanense, que até aí não “desmontara a tenda” em frente à sua área, sentiu algum alívio na pressão encarnada e pôde subir um pouco as linhas e trocar a bola, ainda que sem capacidade para emprestar profundidade às suas ações, e muito menos incomodar a defesa da Luz.
A verdade é que o tempo ia escoando e o Benfica não conseguia chegar ao ansiado golo, umas vezes por precipitação no remate, outras porque aparecia sempre uma perna de um jogador de Olhão “in-extremis” a anular o lance. Era notória a ansiedade dos jogadores encarnados à medida que o intervalo se aproximava.
Na segunda parte, o minuto 57 definiu o destino do jogo e, finalmente, os jogadores do Benfica puderam libertar-se da ansiedade, o que nem por isso se traduziu em maior frieza na hora de finalizar, visto que enjeitaram algumas oportunidades soberanas de fazer o terceiro golo.
MR, Futebol 365 / Lusa