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Benfica 0 – 0 Tondela | Muro amarelo trava liderança da “águia”

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Uma espécie de empate com sabor a derrota. Menos de 24 horas após o desaire do FC Porto ante o Famalicão por 2-1, o Benfica não foi além de um nulo na recepção desta quinta-feira ao Tondela, em embate da 25ª jornada da Liga NOS, e desperdiçou soberana ocasião para voltar a liderar de forma isolada o campeonato.

Face a este resultado, os campeões nacionais somam os mesmos 60 pontos do rival da Invicta, mas estão em desvantagem no confronto directo, já que foram derrotados nos dois encontros que tiveram ante os “azuis-e-brancos”.

A turma de Bruno Lage, contabilizando já este resultado, registou nas últimas seis rondas apenas um triunfo (Gil Vicente), três empates (Moreirense, Vitória Setúbal e Tondela) e duas derrotas (FC Porto e SC Braga).

Por sua vez, os visitantes têm três empates – Marítimo, Boavista e Benfica – e outros tantos desaires frente a Santa Clara, Rio Ave e Vitória Sport Clube, respectivamente.

O jogo explicado em números

  • Aos 72 segundos de jogo, no primeiro remate enquadrado do encontro. Rafa, no frente a frente com Cláudio Ramos, atirou com força, mas sem colocação, permitindo a intervenção do guardião. Ocasião soberana no primeiro ataque dos encarnados. Instantes depois, os visitantes conseguiram um canto. O arranque prometia…
  • Ao minuto dez, Jardel, de regresso ao “onze”, cabeceou na sequência de um canto cobrado por Pizzi e falhou por centímetros o golo inaugural.  Nesta fase, os campeões nacionais, além dos dois tiros já citados, tinham 59% da posse de bola – 97 passes e uma eficácia no capítulo de 83% –, e dois cantos. Por sua vez, os tondelenses apresentavam na folha de serviços 37% de posse de bola, 61 passes trocados – 75% de eficácia -, um canto e nenhuma tentativa de remate à baliza defendida por Vlachodimos.
  • Explanado num 4x4x2, o conjunto visitante tentava atacar sempre que conseguia, com rápidas trocas de passe, na mira de explorar as “setas” Jhon Murilo e Ricardo Valente. No entanto, com o passar dos minutos, as linhas da equipa iam baixando cada vez mais, face à pressão exercida pelos “encarnados”. À passagem da primeira meia-hora, o Benfica já contabiliza cinco remates – apenas um enquadrado à baliza -, contra nenhum do Tondela, e cinco cantos, face aos zero dos forasteiros. Rafa, com dois disparos, uma oportunidade soberana desperdiçada, 24 acções com bola e duas faltas cometidas, era uma das unidades mais em foco neste período. 
  • Os primeiros minutos deixaram “água na boca”, mas, paulatinamente, a bitola baixou. Os anfitriões dominaram, tiveram mais posse de bola, ocasiões de golo e até os reflexos de Vlachodimos não foram testados, mas não conseguiram ludibriar a teia defensiva do Tondela. Nos primeiros 47 minutos, os lisboetas tiveram sete remates contra nenhum do adversário, três oportunidades perdidas por Rafa, Jardel e Carlos Vinícius, cinco cantos contra zero, e 60% da posse de bola. O melhor elemento no terreno de jogo na primeira metade foi o regressado Gabriel, o “pensador” do jogo benfiquista, com um GoalPoint Rating de 6.0. O médio teve na sua ficha um remate assinalado, 81% de eficácia no passe – 34 certos e oito falhados -, oito passes progressivos certos, 58 acções com a bola, dois desarmes, duas faltas sofridas. O camisola “8” registou, ainda, dez perdas de posse. Weigl (5.9) e Grimaldo (5.9) também estiveram a um bom nível. Do outro lado, João Pedro (5.7) era a unidade mais em foco.
  • Logo na reabertura de cena, Rafa voltou a tentar o golo com um remate que saiu rente ao poste direito do Tondela. Dos oito tiros da equipa de Bruno Lage, três foram testados pelo extremo luso. Aos 50 minutos, Gabriel rematou, mas a bola não levou a direcção da baliza. Quatro minutos depois, Carlos Vinícius, Rafa e Pizzi (no remate) construíram um lance bem urdido, mas Cláudio Ramos defendeu e negou o tento. Taarabt (57′) de fora da área tentou a sorte, mas o guardião do Tondela, a dois tempos, agarrou a bomba do marroquino. Weigl, que estava a realizar uma das melhores exibições de águia ao peito, foi substituído dois minutos depois por Dyego Souza, alteração que fez com que Taarabt recuasse no terreno para formar uma dupla com Gabriel.
  • Aos 61, Philipe Sampaio deu literalmente o peito à bola e impediu o 16.º golo de Carlos Vinícius  na competição naquele que foi o remate 15 do emblema da Luz. Na génese da jogada, uma bela arrancada de Rafa que ultrapassou tudo e todos antes de cruzar.
  • Apenas aos 70 minutos houve registo do primeiro remate do Tondela, por intermédio de Richard, mas que foi travado por Rúben Dias e defendido sem dificuldades por Vlachodimos. Cinco minutos volvidos, Richard, novamente ele, por pouco não inaugurou a contenda, a culminar uma excelente iniciativa individual.  
  • Na resposta aos 78 minutos, o cabeceamento de Rúben Dias embateu no poste. E o festival de golos falhados prosseguiu: Seferovic dominou e pé direito rematou… ao lado naquele que foi o 19º remate da equipa, contra os quatro dos tondelenses. A seis minutos dos 90, Dyego Souza cabeceou e a bola embateu na trave. Cláudio Ramos, com um toque, acabou por ter intervenção importante no desenrolar da jogada.
  • Já em período de descontos e na face do tudo ou nada, Petkovic, em cima da linha, travou o cabeceamento de Dyego Souza e manteve o nulo no marcador. Foi o “canto do cisme” da equipa de Bruno Lage, que não teve arte, nem engenho, não obstante as 26 tentativas de remate, ultrapassar o emblema de Tondela. À excepção de Vlachodimos, todos os restantes jogadores do Benfica que estiveram em campo fizeram pelo menos um remate, porém…

Mário Cruz / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

Titular absoluto no eixo defensivo, Rúben Dias exibiu-se a um bom nível no palco da Luz. Sem muito trabalho na defesa, acabou por destacar-se nas acções ofensivas.

O defesa-central foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.6, que se justificaram, além do remate que fez, aos dois passes para finalização que orquestrou, 12 passes progressivos certos, 96 acções com bola, dois cruzamentos, nove recuperações de bola e três desarmes.

Jogadores em foco

  • Grimaldo 7.2 – Sempre ligado à corrente, o espanhol foi mais vezes o extremo.esquerdo das “águias” do que propriamente lateral no corredor canhoto. Teve 96 acções com a bola, gizou dois passes para finalização, acertou metade dos seis passes longos tentados e alcançou dez recuperações de bola e quatro desarmes.
  • Gabriel 7.0 – De regresso à acção após longa ausência, justificou a aposta e foi um dos pêndulos da equipa. Arriscou nos passes longos – em 20, acertou 11 -, conseguiu 15 passes progressivos, teve 114 acções com a bola – o máximo no encontro -, fazendo ainda três passes para finalização e dois remates. Compensou a natural falta de frescura física com inteligência e um bom posicionamento.
  • Jardel 7.0 –Mais um jogador que foi aposta de Bruno Lage e que não desperdiçou a oportunidade. Por centímetros não marcou de cabeça, foi lesto nas dobras aos colegas e importante a iniciar as jogadas, com 103 acções com a bola, perdeu apenas um dos cinco duelos aéreos em que interveio e ainda conseguiu 12 passes progressivos certos.
  • Dyego Sousa 7.0 – Precisou de apenas 34 minutos em campo para ser um dos melhores jogadores em campo. Foram quatro remates, todos de cabeça, um ao poste, dois enquadrados, dois passes falhados em 11, 100% de eficácia nos quatro duelos aéreos ofensivos em que participou.
  • Weigl 6.5 – Antes de ser substituído estava em bom plano: um remate, 96% de eficácia nos passes (52 certos em 54), oito passes progressivos certos, 69 acções com a bola e nove recuperações. Terá sido o clique que faltava para ganhar o protagonismo que todos esperam dele?
  • Cláudio Ramos 6.1 – O melhor jogador do Tondela no Estádio da Luz. Sempre seguro, fez quatro defesas, três das quais de elevado grau de dificuldade, e foi um dos principais responsáveis pelo resultado final.

Resumo

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