Beckenbauer investigado por corrupção e branqueamento de capitais

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Franz Beckenbauer, presidente do Comité de Organização do Mundial de 2006 da FIFA, na apresentação da bola oficial do torneio, a Adidas Teamgeist Berlin

Franz Beckenbauer, presidente do Comité de Organização do Mundial de 2006 da FIFA, na apresentação da bola oficial do torneio, a Adidas Teamgeist Berlin

O Ministério Público da Suíça anunciou esta quinta-feira a abertura de um inquérito por branqueamento de capitais ao antigo futebolista alemão Franz Beckenbauer, no âmbito das suspeitas de corrupção sobre a atribuição do Mundial de 2006 à Alemanha.

A operação foi noticiada pela revista alemã Der Spiegel e confirmada à AFP, sem dar mais detalhes e prometendo um comunicado durante o dia.

“No caso da atribuição do Mundial 2006, Franz Beckenbauer está a ser investigado judicialmente pela primeira vez”, escreve a Der Spiegel, acrescentando que se fica a dever a suspeitas de gestão danosa e branqueamento de capitais pelo ex-jogador, na altura presidente do comité da candidatura alemã.

Em outubro de 2015, a mesma publicação noticiou que a Alemanha utilizou um fundo secreto de cerca de 6,7 milhões de euros para comprar votos e assegurar a organização da competição.

Este fundo era alimentado, a pedido de Beckenbauer, pelo antigo patrão da Adidas, o entretanto falecido Robert Louis-Dreyfus, antes da primavera de 2000, quando foi atribuída a organização do Mundial à Alemanha, por um voto, 12 contra 11 da África do Sul.

Em março, o Comité de Ética da FIFA decidiu abrir procedimentos formais relativamente a seis responsáveis envolvidos na atribuição à Alemanha do Campeonato do Mundo de futebol em 2006, entre os quais já se encontrava Franz Beckenbauer.

Verbas não justificadas

No início de fevereiro, a Federação Alemã de Futebol (DFB) reclamou 6,7 milhões de euros a Fedor Radmann, antigo vice-presidente do organismo e um dos responsáveis do Comité Organizador do Mundial 2006.

A DFB alegou que essa verba foi transferida em 2000 pelo Comité Organizador para a FIFA e que nunca foi “devidamente justificada” nas contas do organismo.

Na votação que em 2000 concedeu à Alemanha o direito de organizar o Campeonato do Mundo, o país venceu por uma vantagem de um voto, tendo conquistado 12, contra os 11 da África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey.

O relatório da empresa que investigou a atribuição do Mundial 2006 à Alemanha, encomendado pela DFB, concluiu que não existiu qualquer prova concreta de compra de votos no processo.

Franz Beckenbauer negou a compra de votos, apesar de a DFB ter reconhecido que efetuou um pagamento de 6,7 milhões de euros à FIFA, mas que não estaria relacionado com o torneio.

O antigo futebolista alemão chegou a assumir que cometera um “erro” enquanto presidente do comité organizador, mas garantiu que não comprou votos para ter o direito de sediar a prova.

A 10 de novembro, o vice-presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB) Rainer Koch disse que é tempo de Franz Beckenbauer falar sobre as alegadas irregularidades na atribuição do torneio.

ZAP / Futebol365

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