O “bebé sem rosto”, o nome por que ficou conhecido o menino que nasceu sem nariz, sem olhos, sem parte do crânio e com lesões cerebrais graves, completa nesta quarta-feira um ano de vida. O Ministério Público (MP) continua a investigar eventuais culpados pela sua condição.
O caso do “bebé sem rosto” continua sem arguidos constituídos. O inquérito aberto pelo Ministério Público (MP) para averiguar eventuais responsabilidades criminais do obstetra Artur Carvalho, que acompanhou a gravidez da mãe da criança, continua a decorrer.
O Correio da Manhã (CM) apurou que o MP espera “concluir o inquérito até ao final deste ano”.
Durante este mês, os investigadores contam receber um parecer do Instituto de Medicina Legal “para avaliar se o obstetra violou ou não os deveres profissionais“, como reporta o referido jornal.
Esse parecer pode ser determinante para levar ou não o obstetra a julgamento.
O CM apurou que as “ecografias realizadas pelo obstetra chegaram imperceptíveis à Justiça”.
Do processo faz parte a decisão da Ordem dos Médicos de expulsar o profissional, tal como testemunhos dos médicos e enfermeiros do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, onde o bebé nasceu.
“Já ontem era tarde para acusar e condenar este senhor. Estou confiante de que será feita justiça. Não só pelo Rodrigo, mas por tantos outros que existem”, salienta no CM a mãe da criança, Marlene Simão.
O bebé foi alvo de uma operação de alto risco para resolver a acumulação de líquido no crânio em Agosto passado. “A recuperação está a correr muito bem”, diz a mãe àquele jornal, notando que “ele é um lutador” e que “não desiste de viver”.
Além do obstetra, pode haver outros acusados no processo, já que a clínica onde a mãe da criança fez as ecografias nunca terá sido fiscalizada pela Entidade Reguladora da Saúde.
O bebé nasceu a 7 de outubro de 2019 no Hospital de São Bernardo, do Centro Hospitalar de Setúbal, com várias malformações graves, incluindo falta de olhos, de nariz e de parte do crânio. O obstetra que realizou as ecografias de acompanhamento da gravidez não terá detectado ou sinalizado aos pais qualquer anomalia.
Artur Carvalho realizou as ecografias numa unidade privada, a Ecosado, e foi alvo de 14 queixas na Ordem dos Médicos.
O profissional de Saúde reformou-se em Julho deste ano depois de ter sido expulso da Ordem dos Médicos.
É incrível a situação em causa. Deus provê maravilhas no mundo.