Catarina Martins acusa o executivo de António Costa de usar um mecanismo “inaceitável” para continuar a injetar dinheiro no Novo Banco sem o aval da Assembleia da República.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou hoje “absolutamente inaceitável” o Governo usar um mecanismo contabilístico para “dar a volta ao parlamento” e injetar dinheiro no Novo Banco, defendendo que a gestão da Lone Star “lesa o interesse público”.
“O Bloco de Esquerda tinha razão quando disse a Mário Centeno que o que tinha sido prometido à Lone Star era uma garantia pública e que iriam ficar com o dinheiro todo”, afirmou Catarina Martins.
Em declarações aos jornalistas, a coordenadora do BE considerou “absolutamente inaceitável” que o Governo tenha utilizado um mecanismo contabilístico para, declarou, “dar a volta ao parlamento e colocar dinheiro no Novo Banco que o parlamento tinha dito que não podia ser colocado”.
“Acho isto absolutamente inaceitável. Um país deve ter prioridades e a prioridade deve ser o Sistema Nacional de Saúde”, defendeu, notando que o Governo “não respeitou o parlamento”.
“No Novo Banco, [o Governo] também não respeitou o parlamento para pôr mais dinheiro no Novo Banco depois do parlamento já ter demonstrado que a Lone Star estava a fazer uma gestão que lesa o interesse público, lesa os cofres públicos, gerando imparidades de curto prazo para poder ir buscar mais dinheiro ao fundo de resolução”, observou Catarina Martins.
O Jornal de Notícias escreve hoje que o ministro das Finanças, João Leão, “fintou” o parlamento – que com uma maioria (BE, PSD, PCP e PAN) bloqueou a pretensão do Governo de reservar uma dotação de despesa no Orçamento para poder injetar mais dinheiro no Novo Banco – e acabou por injetar na instituição 317 milhões de euros.
De acordo com o JN, mesmo chumbado pelo parlamento, “em junho, o Novo Banco recebeu 317 milhões de euros e, na semana passada, o resto que estava em dúvida, mais 112 milhões de euros”.
“No total os 429 milhões previamente acordados”, acrescenta o JN, esclarecendo que o dinheiro foi angariado com recurso a um sindicato bancário, depois foi vertido no Fundo de Resolução que injetou os milhões no Novo Banco.